FMI descarta riscos eleitoralistas e fala na votação sobre professores
O chefe da missão do FMI para Portugal desvaloriza riscos eleitoralistas com a aproximação das legislativas e destaca o consenso de que é preciso uma gestão responsável das contas públicas, dando o recente exemplo da carreira dos professores.
© Reuters
Economia FMI
"Tivemos a impressão ao falar com pessoas de vários setores da economia portuguesa que existe agora a expectativa de que uma responsável gestão das finanças públicas é uma necessidade", afirmou hoje Alfredo Cuevas, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa.
Questionado sobre se considera que, com a aproximação das eleições legislativas, em outubro, existe o risco de tentações eleitoralistas colocarem em risco o caminho de Portugal nos últimos anos, ao nível da consolidação das contas públicas, o economista respondeu que não.
"Não vejo que exista esse risco", afirmou, apesar de indicar que, "naturalmente, existem grupos que gostariam que alguns recursos fossem na sua direção".
"Mas creio que o consenso na maioria da sociedade é que é preciso fazer o que é necessário tendo em conta um envelope orçamental. Temos exemplo disso em torno do reconhecimento do tempo de serviço dos professores", recordou Alfredo Cuevas.
Recorde-se que PSD, PS, CDS-PP reprovaram, no dia 10, em votação final global na Assembleia da República, o texto proveniente da Comissão Parlamentar de Educação para a reposição integral do tempo de serviço dos professores, que teve o apoio do BE, PCP e PEV.
Na semana anterior, em Comissão Parlamentar de Educação, sempre com os votos contra dos deputados socialistas, PSD, CDS, PCP e BE tinham aprovado uma série de alterações ao decreto do Governo, estabelecendo o princípio de que os professores teriam direito à recuperação da totalidade do tempo de serviço.
Na sequência daquele passo do parlamento, o primeiro-ministro fez uma comunicação ao país, anunciando que se demitiria do cargo caso o diploma fosse aprovado em votação global por considerá-lo "injusto socialmente" e "insustentável do ponto de vista financeiro".
O FMI considerou hoje que a previsão do Governo de um défice de 0,2% do PIB este ano é possível, apesar da injeção superior ao previsto no Novo Banco, antecipando um défice nulo em 2020, mas indicou que um maior esforço orçamental iria reforçar a resiliência da economia.
No comunicado divulgado hoje, no final da missão ao abrigo do Artigo IV, o Fundo também apelou à revisão das carreiras da Função Pública, ao aumento do investimento público e da produtividade.
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