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Gaspar Ferreira "não sabia" que Vale do Lobo podia ser operação sindicada
O ex-gestor da sociedade de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira, disse hoje que "não sabia" que a operação de financiamento ao empreendimento podia ter sido sindicada com outros bancos.
© Global Imagens
Economia Inquérito
"Nunca tinha tido conhecimento desse facto, soube disso pelos jornais", afirmou Diogo Gaspar Ferreira durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que decorreu hoje na Assembleia da República, em Lisboa.
Diogo Gaspar Ferreira declarou, no entanto, que a sociedade promotora do empreendimento teve contactos com "o Santander, o BCP e conversas meramente informais com o Banco Espírito Santo (BES)", mas para financiamento individual do projeto.
"Contactei ainda depois José Maria Ricciardi, do BES Investimento, mas continuámos com a Caixa", esclareceu Diogo Gaspar Ferreira.
Em 16 de abril, o ex-diretor de empresas Sul da CGD Alexandre Santos disse que a possibilidade de sindicar a operação de Vale do Lobo com outras instituições bancárias nunca foi uma "obrigação" para o banco público.
Um dos documentos da Caixa de apoio ao processo de Vale do Lobo, citado então pela deputada do BE Mariana Mortágua, indicava que havia a "possibilidade de sindicar a operação", algo que surpreendeu a deputada, uma vez que a opção de sindicância acabou por não ser tomada e a Caixa avançou sozinha para o projeto.
Diogo Gaspar Ferreira adiantou que ficou "surpreendido" com a entrada da CGD no capital de Vale do Lobo, através da sociedade Wolfpart.
"A Caixa propôs que fosse acionista, nós não respondemos imediatamente porque era uma surpresa para nós", explicou acrescentando que do banco público "disseram que só financiavam" se fossem aceites "algumas condições, como essa", e que "a cedência de uma quota não era um tema irrelevante", tendo sido acolhida "mais tarde".
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