"Reuniões e telefonemas" de ministros não constituíram pressão
O antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Fernando Faria de Oliveira disse hoje que teve "algumas reuniões ou alguns telefonemas" com ministros setoriais durante o seu mandato, mas que nunca se sentiu pressionado.
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Economia Inquérito
"Tive [...] de ministros setoriais algumas reuniões ou alguns telefonemas no sentido de olhar para um determinado número de operações e ver se a Caixa podia apoiar essas operações. Nunca tive uma indicação 'faça-se isto' em relação a essas operações", disse o presidente do banco público entre 2008 e 2010 na sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, que decorreu hoje na Assembleia da República, em Lisboa.
Para o agora presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), de um "ponto de vista pessoal", é "perfeitamente normal que isso aconteça, desde que não haja qualquer tipo de pressão para realizar uma determinada operação".
"A minha relação com a minha tutela, o meu acionista, penso que não pode ter sido mais construtiva e mais realista face à situação que o país vivia, e tive várias orientações em função da evolução da economia nesse sentido, do meu ponto de vista perfeitamente legítimas", disse o antigo presidente da CGD.
Questionado pelo deputado do PS Fernando Rocha Andrade se alguma das 25 operações que geraram maiores perdas para a Caixa tiveram este tipo de contactos com membros do Governo, Faria de Oliveira disse que "sim", nos casos da La Seda e da Aquinova (Pescanova, em Mira).
Anteriormente, Faria de Oliveira tinha dito que se perguntava muitas vezes se "depois de saber que corria mal tinha tomado a mesma decisão" sobre o projeto La Seda, e disse estar "absolutamente convicto" que "se defendesse os interesses da instituição Caixa nunca o aprovaria", mas que "se defendesse os interesses da economia portuguesa" já ficava dividido.
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