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"Os populismos são uma coisa terrível" responde Faria de Oliveira ao CDS

O ex-presidente da CGD Faria de Oliveira considerou hoje, no parlamento, que "os populismos são uma coisa terrível" em resposta ao CDS sobre quem do Governo de então (PS) o instou a aprovar crédito à La Seda.

"Os populismos são uma coisa terrível" responde Faria de Oliveira ao CDS
Notícias ao Minuto

17:54 - 03/05/19 por Lusa

Economia Inquérito

Em audição na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), Cecília Meireles questionou Faria de Oliveira sobre o crédito para a construção da fábrica da La Seda em Sines, um dos identificados pela auditora EY como tendo acarretado das maiores perdas para o banco público.

O gestor repetiu então a ideia da sua intervenção inicial de que as perdas para a CGD se deveram ao contexto de crise de então e que o desempenho atual do projeto comprova a sua "racionalidade", com impacto nas exportações e 400 empregos diretos e indiretos.

"Se não tivesse sido realizado provavelmente nunca teria sido e não daria contributo para a economia nacional", afirmou, questionando se "o que conta mais é a Caixa ter tido prejuízo" ou "participar num projeto definido como de interesse nacional".

"O investimento é a primeira condição para um país corresponder à expectativas dos cidadãos. Sem criação de riqueza não há criação de riqueza", vincou o presidente da CGD entre 2008 e 2010.

Já Cecília Meireles disse que "jamais vamos saber" o que teria acontecido se em vez de investir nesse projeto "ruinoso" a CGD tivesse dado o mesmo crédito a outras empresas, "não em função de escolhas políticas", considerando mesmo "que o crédito inicial [à La Seda] não foi para nenhum investimento em Portugal".

Faria de Oliveira reiterou então que o projeto de Sines era um "compromisso do Estado português", dizendo que foi assim assumido quando foi tido como de interesse nacional (PIN - Potencial Interesse Estratégico).

"Que eu saiba as classificações de PIN não são cartas brancas de aval do Estado para as pessoas se endividarem junto da Caixa Geral de Depósitos", afirmou Cecília Meireles, que questionou "se este compromisso de crédito foi dado pelo Estado português e por quem".

"Os populismos são uma coisa terrível", respondeu então Faria de Oliveira, e citou o estatuto do gestor público para afirmar que uma das primeiras responsabilidades desse é "assegurar a concretização das orientações definidas e a realização da estratégia da empresa".

Segundo o ex-gestor, a "Caixa Geral de Depósitos foi mais do que uma vez instada a participar neste empreendimento".

Questionado novamente por quem, Faria de Oliveira disse que aconteceu em "reunião no Ministério da Economia com a presença do ministro da Economia", referindo o nome de Vieira da Silva.

"Estava presente ou instou [o ministro]", perguntou então a deputada democrata-cristã.

"São palavras", respondeu.

"Não são palavras, instar é dizer que deve financiar", respondeu por sua vez Cecília Meireles, ao que Faria de Oliveira afirmou que Vieira da Silva "não deu nenhuma ordem".

O atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) foi questionado sobre a concessão de crédito no seu mandato à La Seda pelo deputado do PCP Duarte Alves, a quem, questionado sobre os eventuais interessados em comprar a La Seda, indicou que responderá mas à porta fechada, o que acontecerá já para o fim da audição sem presença de jornalistas na sala nem transmissão em direto na ARTV.

Ainda esta semana foi ouvido na comissão de inquérito Santos Ferreira, presidente da CGD entre 2005 e 2008, em cujo mandato foi aprovado o primeiro crédito para a La Seda construir a fábrica em Sines.

Este gestor disse então que, como presidente do banco público, com quem falava regularmente no Governo era com o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e com o secretário de Estado da tutela, e que quando o tema foi o investimento na La Seda Barcelona, o que quis saber do lado do Governo era se aquele projeto fazia "sentido para este país [Portugal]", vincando então que nunca falava sobre investimentos em específico.

"Para mim era claramente um projeto de interesse nacional, foi-me referido que se fosse apresentado com pés e cabeça podia ser candidato a um daqueles PIN", afirmou Santos Ferreira aos deputados em 30 de abril.

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