"Este congresso proporcionará a possibilidade de colocar em confronto a perspetiva dos consumidores, dos operadores económicos de grande e de pequena dimensão e também organismos e agentes públicos que todos os dias trabalham na dinamização de políticas públicas de defesa do consumidor", afirmou João Torres, em declarações à Lusa.

De acordo com o governante, a temática da economia digital "é uma grande oportunidade para a humanidade", mas também introduz riscos e vulnerabilidades.

"A atuação para melhor defender os consumidores neste domínio tem de ser trabalhada a diferentes níveis - no patamar nacional, europeu, mas também à escala global. Aquilo que verificamos é que o comércio digital hoje é feito muitas vezes, praticamente, sem fronteiras", defendeu.

Para além deste tema, ao longo dos quatro dias do Consumers Internacional Summit 2019: The Digital Hive, que vai decorrer no Centro de Congressos do Estoril, distrito de Lisboa, vão também ser debatidos assuntos como a cibersegurança, a inteligência artificial e a necessidade de construção de economias digitais que beneficiem e protejam os cidadãos.

O evento, que conta com o apoio do Governo, "debruçar-se-á ainda sobre os desafios que são colocados ao nível da privacidade e da proteção de dados", divulgou João Torres.

Na segunda-feira vai decorrer uma receção presidida pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, na qual vai também intervir, entre outros, o presidente da Consumers Summit, Bart Combée.

No dia zero do congresso, que vai contar com a presença do secretário de Estado da Defesa do Consumidor, vão ainda decorrer debates "de aquecimento", promovidos por nove organizações, entre as quais, a Direção-Geral do Consumidor (DGC) e a Deco.

"A Direção-Geral do Consumidor organizará um evento dedicado à troca de boas práticas com organizações governamentais de defesa do consumidor de países que não fazem parte da União Europeia, nomeadamente representantes da Coreia do Sul, México e Marrocos", apontou João Torres.

Por sua vez, o evento da Deco tem como objetivo promover o debate com vários técnicos, como especialistas, pedagogos, políticos e empresas, sobre "a importância e urgência da preparação dos jovens consumidores para o mundo digital".

Esta é a segunda vez que Portugal recebe o Consumers Internacional Summit, que agora acontece "no momento em que a política pública de defesa do consumidor é animada por novos desafios e oportunidades", vincou o governante.

Ao longo dos quatro dias do congresso são esperadas mais de 500 pessoas.

Entre os oradores convidados estão o presidente executivo da Internet Society, Andrew Sullivan, a diretora do Google Al, Eve Anderson, o diretor responsável pela política pública da Vodafone, Reinald Krüger e a vice-presidente da área de defesa da Mozilla, Ashley Boyd.

Fundada em 1962, a Consumers Internacional é uma federação que agrega mais de 200 organizações públicas e privadas de defesa do consumidor, em todo o mundo, como a Direção-Geral do Consumidor.

Os congressos mundiais Consumers Summit decorrem a cada quatro anos, tendo as últimas edições sido em Brasília e em Hong-Kong.