Supermercados DIA pioram resultados. Acionistas pressionados a ir à OPA
A cadeia de supermercados DIA fechou o primeiro trimestre com um prejuízo entre 140 e 150 milhões de euros, segundo um comunicado da empresa ao mercado a quatro dias do fim a OPA lançada pelo principal acionista.
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Economia Empresas
Na informação enviada hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola a empresa adianta que as suas vendas baixaram entre 4,3 e 9,9%, até um intervalo que oscila entre os 1.615 e os 1.715 milhões de euros.
A situação avançada provisoriamente pela administração da cadeia de supermercados, que detém o Minipreço em Portugal, vem colocar pressão sobre os acionistas indecisos em ir à oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo milionário russo Mikhail Fridman, o maior dos acionistas.
O português que tem 2% do grupo de supermercados DIA, Luís Amaral, anunciou na quinta-feira que não se iria desfazer da posição que tem na empresa, considerando inadequado o preço oferecido de 0,67 euros por ação.
Luís Amaral, que detém a posição no grupo através da empresa Western Gate, anunciou em comunicado que "continua a acreditar no valor do DIA e que o preço de 0,67 euros por ação não reflete adequadamente o valor da companhia" e, assim, confirma que não venderá as suas ações.
A posição do português junta-se a outros acionistas de referência, como a Naturinvest, que detém 3,261%, e dificulta ainda mais as pretensões de Mikhail Fridman de vir a controlar o grupo DIA.
Apesar da posição que tomou, a Western Gate de Luís Amaral afirma que está ciente de que o sucesso da oferta e o consequente aumento de capital constituem uma opção para que o DIA recupere a sua "credibilidade e solidez" financeira, esperando trabalhar de forma construtiva com a LetterOne para contribuir para a mudança de direção da empresa.
O Conselho de Administração do Grupo DIA recomendou em 10 de abril último aos acionistas da empresa que aceitem a OPA lançada por Mikhail Fridman, por entender que "esta é a melhor alternativa".
A assembleia-geral de acionistas do grupo já tinha, em 20 de março último, em Madrid, aceitado a estratégia do milionário russo para tentar salvar a empresa da falência.
O grupo DIA, que celebra o seu 40.º aniversário este ano, tem atualmente uma rede de mais de 6.100 lojas e mais de 43.000 trabalhadores espalhados por Espanha, Portugal (Minipreço), Brasil e Argentina.
As vendas do grupo têm vindo a cair nos últimos três anos - passaram de 9.000 milhões de euros em 2015 para 7.288 milhões em 2018 --, devido, entre outros fatores, ao aumento da concorrência em Espanha, onde passou da segunda para a terceira posição em termos de quota de mercado.
A empresa encontra-se num processo de dissolução por quebra técnica desde finais de 2018 e deve resolver a situação, tendo um mês para recuperar o equilíbrio para assim evitar a abertura de um processo de liquidação.
Em Portugal, o grupo DIA tinha no final do ano passado 223 estabelecimentos próprios e 309 franchisados com as marcas Minipreço, Mais Perto e Clarel.
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