Cerca de 30 trabalhadores dos hóteis de Lisboa em protesto
Cerca de três dezenas de trabalhadores dos hotéis manifestaram-se hoje, em Lisboa, contra a associação patronal do setor, alegando que "está a condicionar" os aumentos salariais à retirada de direitos dos trabalhadores.
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Economia Hotelaria
Os manifestantes iniciaram uma marcha no Marquês de Pombal, junto ao Hotel Fénix, tendo descido e subido a Avenida da Liberdade, numa ação de luta de denúncia pública da situação, tendo também entregado uma moção aprovada pelos trabalhadores em dez dos maiores hotéis da capital.
Em declarações à Lusa, Maria das Dores Gomes, dirigente da Federação dos Sindicatos de Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), disse que "os trabalhadores estão a lutar pela assinatura do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT dos Hotéis Centro e Sul)", pois consideram que a posição da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) "é retrógrada e vai contra os direitos dos trabalhadores".
"É necessário dar prioridade aos direitos, valorizar o trabalho e os trabalhadores e que se abandone a política de baixos salários e se combata eficazmente a precariedade no setor e o trabalho ilegal, clandestino e não aberto", refere em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Hoteleira, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul.
Enquanto desciam a Avenida da Liberdade, os manifestantes distribuíam panfletos, exibiam uma faixa branca, com palavras a preto e vermelho, em que se dizia "Aumentos salariais - Pela defesa do CCT" e levavam em ombros uma urna negra.
A dirigente sindical disse ainda à Lusa que "a AHP, em maio de 2014, denunciou a convenção coletiva, suportada pela recente alteração ao Código do Trabalho, tendo ao longo deste processo apresentado propostas retrógradas, feitas à medida dos governos PS/PSD, que não se enquadram com os valores e princípios exigíveis para a atividade, na formação com qualidade e no reconhecimento do profissional da hotelaria".
E prossegue: "Trata-se de um setor em franca ascensão em termos financeiros, até o Governo o reconhece, mas os trabalhadores não têm tido proveito da ascensão do Turismo".
A posição da AHP é a de "retirar direitos", desde a "eliminação do pagamento do trabalho noturno, extinguir os prémios, acabar com o direito à alimentação em espécie, a eliminação dos dois dias de descanso semanal obrigatórios, e a redução drástica do pagamento do trabalho extraordinário prestado em dia de descanso semanal e em dia feriado", salientou a dirigente sindical.
"O que queremos é o CCT e que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores", frisou.
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