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Greater Sunrise: Timor já detém participação maioritária no consórcio

Representantes timorenses e das petrolíferas ConocoPhillips e Shell assinaram hoje, em Singapura, o documento final que concretiza a compra por Timor-Leste de uma participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise, no mar de Timor.

Greater Sunrise: Timor já detém participação maioritária no consórcio
Notícias ao Minuto

07:46 - 16/04/19 por Lusa

Economia Petrolífera

O documento foi assinado por Xanana Gusmão, em nome de Timor-Leste, pelo presidente da ConocoPhillips Australia, Chris Wilson, e pela vice-presidente da Shell Australia, Cecile Wake, numa curta cerimónia num escritório de advogados, 24 horas depois de os 650 milhões de dólares (575 milhões de euros) do negócio serem transferidos para as petrolíferas.

"Apesar de serem negociações complexas, conduzidas num ambiente de respeito mútuo e cooperação, conseguimos chegar a um acordo, primeiro com a Conoco e depois com a Shell para comprar 56,56% dos campos de Sunrise", disse Xanana Gusmão na cerimónia.

"Hoje podemos dizer que alcançámos os objetivos, conseguimos concluir os dois acordos, que beneficiam não apenas os vendedores, mas Timor-Leste e os restantes parceiros no projeto Sunrise", frisou o representante especial do Governo para os temas de petróleo e gás.

A cerimónia de hoje foi essencialmente simbólica, já que equipas das duas partes verificaram e assinaram os complexos documentos do negócio na segunda-feira, transferindo depois os 350 milhões de dólares para a Conoco e os 300 milhões para a Shell.

"Hoje completamos a compra pelo Governo de Timor-Leste da participação de 30% da ConocoPhilips Australia e dos 26,56% de participação da Shell Australia nos campos de Greater Sunrise", lê-se na página hoje assinada.

Segundo o documento, as participações da ConocoPhilips Australia e da Shell Australia que foram compradas incluem "a participação nos Contratos de Partilha de Produção (PSC) 03-19 e 03-20 dentro da Zona Conjunta de Desenvolvimento Petrolífero (JPDA) e as leases de retenção NT/RL2 e NT/RL4 emitidas pela Austrália".

Formalmente, a participação foi adquirida pela petrolífera timorense Timor Gap, através de quatro subsidiárias criadas especialmente para este negócio.

Com a concretização do negócio, acordado no ano passado com as petrolíferas, Timor-Leste assume uma participação maioritária de 56,6% no consórcio do projeto, que inclui ainda a petrolífera australiana Woodside, como operadora, e a Osaka Gas.

Estes são acordos "históricos", como recordou hoje Xanana Gusmão, e que agora abrem as portas para o desenvolvimento dos campos petrolíferos e de gás natural.

"Agora começa um novo período em que temos de encontrar a melhor solução para desenvolver o Sunrise de forma benéfica para todos e que contribua para o desenvolvimento do nosso povo e da nossa nação", disse.

O presidente da ConocoPhillips, Chris Wilson, saudou a conclusão da operação, afirmando que, apesar das diferenças de opinião sobre o modelo de negócio, as duas partes se respeitaram.

"A Conoco e Timor-Leste trabalharam juntos para tentar desenvolver Timor-Leste. Não estávamos alinhados na estratégia de desenvolvimento. Mas repetíamos sempre a opinião um do outro", disse.

"Respeitamos a escolha de Timor sobre o conceito de desenvolvimento e Timor respeitou o nosso desejo de fazer esta oferta de comprar a nossa participação", acrescentou, referindo que a empresa vai continuar como operador no campo Bayu Undan e "continuar a tentar maximizar os benefícios para Timor-Leste".

Esta foi também a postura da vice-presidente da Shell Australia, Cecile Wake, que considerou que o dia era "muito importante para Timor-Leste", mas deixava um ligeiro sabor "amargo" à Shell, que esteve ligada ao projeto "desde as primeiras perfurações em 1974".

"As amizades que se formam em jornadas longas e difíceis podem ser as mais fortes e perduram no tempo. [...] A amizade que fizemos com Timor-Leste e com parceiros do Sunrise vão perdurar no tempo. Respeitamos as aspirações do povo de Timor-Leste e desejamos todo o êxito no projeto", sublinhou.

Numa recente entrevista à Lusa, o presidente e diretor executivo da Timor Gap, Francisco Monteiro, disse que Timor-Leste quer evitar recorrer ao Fundo Petrolífero (FP) para financiar os custos de capital (CAPEX) de até 12 mil milhões de dólares norte-americanos (cerca de 11 mil milhões de euros) para o desenvolvimento do projeto do gasoduto para Timor-Leste e processamento na costa sul.

Após o início da produção, é esperado um retorno financeiro que pode alcançar os 28 mil milhões de dólares (24,7 mil milhões de euros), explicou o responsável.

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