Reaprendizagem é importante para evitar riscos da economia digital
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, considerou hoje que a aprendizagem ao longo da vida é um dos aspetos mais importantes para prevenir efeitos negativos da economia digital.
© Reuters
Economia Vieira da Silva
Segundo o ministro, que participa hoje a OIT na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, na comemoração do Centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os riscos que a era digital implica nas condições de trabalho são "elevados" e recomendou que os aspetos sociais que podem impedir os efeitos negativos são uma constante reaprendizagem e requalificação profissional ao longo da vida, mas também a reorganização do tempo de trabalho.
Em declarações à agência Lusa, o ministro considerou que os riscos que a era digital implica nas condições de trabalho são "elevados", e recomendou que os aspetos sociais que podem impedir os efeitos negativos são uma constante reaprendizagem e requalificação profissional ao longo da vida, mas também a reorganização do tempo de trabalho.
Portugal tem uma posição "que apoia de uma forma muito clara as conclusões do relatório da OIT", apresentado pela Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho em janeiro, que orienta para um "repensar do contrato social" que deve preparar a força de trabalho atual e futura numa lógica de "aprendizagem ao longo da vida".
Vieira da Silva declarou que é necessário criar condições "para que as pessoas possam regressar permanentemente a processos de reaprendizagem".
O governante disse à Lusa que tanto as novas gerações, que têm "nível de educação e de formação inicial muito elevados", como as gerações mais antigas, que têm nível de educação mais baixo, devem passar por processos de reaprendizagem ao longo da vida.
O ministro defendeu, de acordo com os resultados de estudos feitos na área, que o ritmo das inovações obriga a uma constante "requalificação e reorientação das aptidões profissionais", mesmo para as novas gerações que entram no mercado de trabalho mais preparadas.
"O facto de se concluir uma boa formação inicial ao nível superior ou ao nível intermédio não é hoje, como era há umas décadas, garantia de uma carreira profissional sólida, consistente e bem-sucedida", acrescentou.
Vieira da Silva disse que a era tecnológica e digital traz muitos riscos "elevados" nas condições de trabalho, porque "a digitalização entrou na economia como um todo" e "é uma realidade transversal" que afeta todos os setores de trabalho com novas tecnologias informáticas.
Como exemplo de um dos pontos negativos abordados pelo relatório da OIT, Vieira da Silva indicou à Lusa que se trata da gestão do tempo de trabalho.
"A digitalização veio alterar as fronteiras entre o tempo de trabalho e o tempo de descanso. É frequente que as pessoas levem trabalho para casa, porque podem consultar o computador. Temos que ser mais rigorosos no uso do tempo" e combater ideias de que "o melhor trabalhador é aquele que fica mais horas a trabalhar", continuou.
O facto de os trabalhadores darem resposta a problemas profissionais fora do seu horário de trabalho "deve ser uma exceção e não ser uma realidade que transforme a vida das pessoas numa permanente subordinação à sua dimensão profissional, com um peso muito forte e muito destrutivo em todas as dimensões da sua vida", opinou o ministro..
O debate sobre os resultados e previsões do relatório prossegue de 10 a 21 de junho, na Conferência Internacional da OIT, em Genebra, Suíça.
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