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Economistas preveem tom apaziguador do BCE na 4.ª feira

Os economistas ouvidos pela Lusa antecipam um discurso apaziguador e de "esperar para ver" do BCE, após a reunião de quarta-feira, sem revelar ainda detalhes técnicos das novas operações de refinanciamento de prazo alargado para os bancos.

Economistas preveem tom apaziguador do BCE na 4.ª feira
Notícias ao Minuto

17:56 - 09/04/19 por Lusa

Economia Bancos

"O Banco Central Europeu (BCE) irá manter o tom apaziguador da reunião de março. Previsivelmente, não anunciará novas medidas de política monetária", referiu à Lusa o Banco Sabadell, adiantando que "é possível que o BCE não anuncie ainda os detalhes técnicos das TLTROs III [nova ronda de operações de liquidez de longo prazo para os bancos da zona euro], algo que poderá fazer a meio do ano".

Recorde-se que, na reunião de março, a instituição liderada por Mario Draghi anunciou uma nova ronda de operações de liquidez de longo prazo e adiou o início de um possível ciclo de subidas das taxas de juro, pelo menos até ao final do ano, revendo também em baixa as previsões de crescimento e inflação na zona euro.

"Para a reunião de quarta-feira não esperamos novidades do BCE, depois dos anúncios de março. A comunicação continuará a ser apaziguadora, dada a fraqueza do crescimento e os riscos", indicou à Lusa o BBVA Research Espanha e Portugal.

No mesmo sentido, Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio, antecipou que "a reunião deste mês não deverá causar tanta agitação como no mês passado".

"Esperamos que esta reunião seja num tom de 'esperar para ver', apenas com alguns ajustes nas observações iniciais de Draghi", acrescentou.

Franck Dixmier, 'global head of fixed income' da Allianz Global Investors, considerou, por seu turno, que "é provável que o BCE enfatize as suas perspetivas incertas para o crescimento e as preocupações com as fracas expectativas para a inflação, como justificação para a sua política ultra-acomodatícia".

João Duque, professor do ISEG, salientou, por seu turno, que a descida "brusca e acentuada" da taxa de inflação na zona euro, que passou de valores ligeiramente superiores a 2% em meados de 2018 para 1,4% em março, "não permite outra atitude [do BCE] que não seja a de continuar a política monetária de estímulo à economia e de defesa da estabilidade de preços, mantendo a política de 'quantitative easing' e de taxas negativas nos depósitos bancários".

E o economista antecipou que a autoridade monetária da zona euro "mantenha esta política por um período prolongado no tempo", que "não será certamente antes do final do ano".

Mário Carvalho Fernandes, economista e diretor de investimentos do Banco Carregosa, comentou, por sua vez, que "o discurso do BCE deverá continuar a ser compatível com uma política monetária acomodatícia", não sendo "esperadas novas medidas significativas".

A sessão de perguntas e respostas deverá incidir sobre a possibilidade de implementação de um sistema de remuneração por níveis das reservas junto do banco central ('tiered-rate reserves system'), depois de alguns governadores do BCE terem referido a necessidade de estudar esta possibilidade, frisou também Mário Carvalho Fernandes.

No mesmo sentido, de acordo com o Sabadell, o BCE poderá "dar alguma indicação sobre o que pensa quanto à introdução de um tipo de depósito em níveis", mas "é possível que não anuncie ainda os detalhes técnicos das TLTROs III, algo que poderá fazer a meio do ano".

Segundo o BBVA Research Espanha e Portugal, espera-se que nos próximos meses o BCE apresente detalhes sobre a nova ronda de operações de liquidez de longo prazo, como o custo da operação, e que anuncie alguma medida para mitigar o custo que os bancos têm ao depositar o excesso de liquidez na instituição, dadas as taxas negativas.

Após a reunião de 07 de março, o BCE anunciou que a principal taxa de refinanciamento se mantinha em 0%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez permanecia em 0,25% e a taxa de juro dos depósitos continuava em terreno negativo, nos -0,40%.

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