Caracas mantém envio de petróleo para Cuba apesar de sanções dos EUA
O Governo venezuelano vai manter as exportações de petróleo para Cuba, apesar das recentes sanções dos Estados Unidos contra o país, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza.
© Reuters
Economia Venezuela
"Continuaremos sempre a cumprir os compromissos venezuelanos e, evidentemente, os compromissos com povos irmãos, como o de Cuba", disse o ministro, na segunda-feira, em Caracas, durante uma conferência de imprensa que decorreu na Casa Amarela, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Arreaza disse que não podia dar a conhecer a estratégia que o Governo do Presidente Nicolás Maduro irá usar para fazer chegar petróleo a Cuba, mas sublinhou: "nós somos especialistas em guerrilha".
"Mesmo quando o poder convencional do capitalismo" ataca, "há que saber responder por vias não convencionais, respeitando a lei internacional, sempre", acrescentou.
O ministro venezuelano sublinhou ter assinado vários acordos bilaterais para vencer o bloqueio imposto pelos Estados Unidos à Venezuela, na deslocação que realizou, no final de março, por vários países de África, Ásia e Europa.
"A comunidade internacional vai muito além dos EUA. Com o bloqueio financeiro pretendem isolar-nos", disse Arreaza, acrescentando que a Venezuela não está isolada.
O ministro destacou a cooperação com Angola na extração mineira, com a África do Sul em maquinaria agrícola e para a indústria farmacêutica, com o Uganda na agricultura, enquanto a Namíbia disponibilizou bolsas de estudo em medicina integral comunitária para estudantes venezuelanos.
A importação de alimentos e medicamentos, bem como as ligações aéreas foram as áreas de cooperação em foco com a Turquia. Já com a Síria está prevista a criação, em breve, do conselho empresarial sírio-venezuelano, bem como ações de cooperação em transportes aéreos, agricultura e fármacia.
"Agora é quando vamos abrir uma nova etapa nas relações com o Líbano", disse Arreaza, destacando "grandes potencialidades de cooperação, de intercâmbio comercial e de assessoria energética" entre os dois países.
Na sexta-feira, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou um pacote de novas sanções contra 34 embarcações, propriedade ou operadas pela empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), e duas outras empresas que transportam petróleo venezuelano para Cuba.
"Os EUA continuam a tomar medidas enérgicas conta o regime ilegítimo do 'ex-Presidente' Nicolás Maduro, não apenas para isolar as empresas corruptas da Venezuela, mas também para atacar os simpatizantes de Maduro em Havana, que continuam a permitir a opressão do povo da Venezuela", indicou.
Entre os visados pelas sanções está o petroleiro "Despina Andrianna", propriedade da empresa Ballito Bay Shipping, com sede em Monróvia, Libéria, que transportou petróleo venezuelano para Cuba, em fevereiro e março passados.
Também a empresa operadora da embarcação, Proper in Management, com sede no porto grego de Pireu, em Atenas, foi alvo das sanções norte-americanas.
Para Caracas, o objetivo das sanções norte-americanas é atacar a "soberania económica" da Venezuela.
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