Grupo DIA ganha mais de 8% em bolsa depois de pré-acordo
As ações da cadeia de supermercados espanhola DIA estavam hoje a subir mais de 8% depois de chegar a um pré-acordo com os seus credores para estender a maturidade da sua dívida até 31 de março de 2023.
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Economia Dívidas
O valor de cada ação no mercado contínuo da bolsa de valores estava esta manhã em cerca de 0,610 euros, com um pico máximo de 0,632 euros, segundo a agência EFE.
O grupo de distribuição alimentar, que em Portugal tem a marca Minipreço, comunicou à Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola que chegou a acordo com a banca sobre a extensão do crédito sindicado de 912 milhões, uma medida que está condicionada à eventual aprovação na quarta-feira, em assembleia-geral, do aumento de capital de 600 milhões de euros proposto pelo Conselho de Administração.
O pré-acordo com os seus credores também inclui a obrigatoriedade de transferir um número de estabelecimentos comerciais que representam 60% do seu EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) restrito para uma filial operativa com participação indireta de 100% do DIA.
O compromisso da cadeia de supermercados com os credores prevê que o rácio financeiro existente será calculado a partir de dezembro de 2020.
O grupo DIA terá ainda de obter um EBITDA igual ou superior a 174 milhões de euros em cada um dos períodos de 12 meses que acabam em 31 de dezembro de 2019 e 30 de junho de 2020.
A assembleia-geral do grupo DIA tem na quarta-feira, em Madrid, uma reunião decisiva sobre a estratégia que deve assumir para salvar a empresa da situação de falência técnica que se encontra desde dezembro passado.
Os donos do grupo de distribuição alimentar irão pronunciar-se sobre se optam por uma proposta do Conselho de Administração ou por um projeto do multimilionário russo Mikhail Fridman, que emitiu uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa.
Os atuais gestores do DIA vão submeter a votação uma "operação-acordeão", que se traduz numa redução de capital inicial para, posteriormente, proceder ao aumento de capital de 600 milhões de euros.
Por seu lado, Mikhail Fridman - que, através da empresa LetterOne, detém 29% da empresa - propõe uma recapitalização de 500 milhões de euros, condicionada ao êxito da OPA e a um acordo com a banca credora para alargar os prazos de vencimento da dívida do grupo.
As duas partes têm trocado acusações nas últimas semanas, numa tentativa para convencer a maioria dos acionistas que são chamados a votar sobre a estratégia futura do grupo.
No conflito também participam vários grupos de acionistas minoritários, com participações de menos de 6%, entre os quais está o investidor português Luís Amaral, que, com uma posição de 2%, já manifestou publicamente o apoio à atual administração do DIA.
As dificuldades do grupo começaram em meados de outubro do ano passado, quando este reduziu as previsões de crescimento para 2018 e fez "ajustes" nas suas contas de 2017, devido à deteção de "irregularidades" não corrigidas, que foram muito penalizadas pelo mercado e resultaram na queda da sua cotação em bolsa.
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