"Ouvi Tomás Correia a falar e parecia que estava a ouvir Ricardo Salgado"
Tomás Correia deixou em entrevista críticas a Marques Mendes. O comentador respondeu.
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Economia Marques Mendes
Durou semanas, a discussão em torno de quem compete avaliar a idoneidade de Tomás Correia, que foi multado em 1,5 milhões de euros pelo Banco de Portugal pelo período em que foi presidente do Banco Montepio.
Entretanto, na passada, quinta-feira, foi aprovado em Conselho de Ministros um decreto-lei, promulgado poucas horas depois por Marcelo Rebelo de Sousa, que estabelece que cabe à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) avaliar questões como a idoneidade dos presidentes de associações mutualistas, como é o caso de Tomás Correia, que preside à Associação Mutualista Montepio.
Questionado no seu espaço de comentário na SIC sobre se a legislação agora aprovada foi feita “à medida de Tomás Correia”, Marques Mendes foi perentório: “Não. É uma lei geral e abstrata e que se aplica a todas as mutualistas”. “O governo cumpriu e está de parabéns”, apontou, reservando ainda um elogio à promulgação “super-sónica” de Marcelo Rebelo de Sousa.
Ao regulador – a ASF – compete agora “uma decisão rápida, porque esta novela já se arrasta há tempo demais”. Seja essa decisão “favorável ou não” a Tomás Correia.
Após os elogios, o comentador, no entanto, tinha duras críticas a fazer.
Sobre as declarações de Vítor Melícias, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Mutualista, que afirmou esta semana que “não é um secretariozeco ou um qualquer ministro que vai afastar os órgãos sociais democraticamente eleitos”, Marques Mendes considerou que foram declarações “infelizes”. “Na igreja também não há padres e padrecos. Há padres. Ponto final. Acho que era mais recomendável uma linguagem mais digna e menos de taberna”.
Sobre a mudança, Marques Mendes realçou ainda que um Governo não poderia impor mudanças. “Mas pode a lei e ninguém num Estado de Direito está acima da lei”.
A finalizar, o comentador reservou ainda algumas palavras mais duras para Tomás Correia.
Este domingo, foi publicada a segunda parte de uma entrevista Dinheiro Vivo/TSF ao líder da associação mutualista onde este acusa Marques Mendes de ter falado “à socapa de fraude”.
“Ouvi a entrevista e parecia que estava a ouvir Ricardo Salgado”, retorquiu o antigo líder ‘laranja’. “É o mesmo estilo, as mesmas habilidades, a mesma escola. Eu disse aqui há uma semana, e volto a reafirmar: Se Tomás Correia for definitivamente condenado a pagar uma coima, tal como o Banco de Portugal decretou, e se isso for pago pelo banco [Montepio] é uma fraude. Porquê? Por uma razão que toda a gente percebe: a condenação é ao próprio, não é à instituição”, rematou.
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