Primeiro-ministro chinês diz acreditar no fim das disputas com EUA
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse hoje estar confiante de que a China e os Estados Unidos podem pôr fim às disputas comerciais iniciadas no verão passado e que ameaçam a economia mundial.
© Getty Images
Economia Li Keqiang
"Todos esperam esse resultado", afirmou Li, que falava numa conferência de imprensa após o encerramento da sessão anual do legislativo chinês.
Apesar de reconhecer que, nos últimos meses, as relações entre Pequim e Washington passaram por "problemas e dificuldades", incluindo atritos comerciais, Li insistiu que uma resolução das disputas é do interesse dos dois países e do mundo.
O primeiro-ministro chinês afirmou ter esperança de que "resultados mutuamente benéficos" serão alcançados durante as negociações comerciais, cujo prazo inicial de 90 dias terminou em 01 de março, mas foi, entretanto, prolongado.
"Devemos continuar a cultivar o relacionamento entre a China e os EUA; essa será a tendência no futuro", acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade dos atritos comerciais afetarem terceiros, como a União Europeia, Li assegurou que se trata de uma questão entre os dois países.
"Não vamos envolver países terceiros: no que diz respeito às relações com a UE, a China é um dos maiores países em desenvolvimento e a Europa reúne os países desenvolvidos. A relação interessa tanto à China, como à UE e ao mundo", acrescentou.
Li Kiqiang visitará, no próximo mês, a sede da UE, para participar na cimeira China - UE.
"Nos últimos anos tivemos um relacionamento muito bom, evitamos as diferenças e espero que continuemos assim", acrescentou.
Washington e Bruxelas criticam frequentemente Pequim por transferência forçada de tecnologia, atribuição de subsídios a empresas domésticas e obstáculos regulatórios que protegem os grupos chineses da competição externa.
As políticas industriais de Pequim, vistas como "predatórias", suscitaram já uma guerra comercial com os EUA, com Donald Trump a impor taxas alfandegárias sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China.
Os EUA têm ainda pressionado vários país, incluindo Portugal, a excluírem a gigante chinesa das telecomunicações Huawei na construção de infraestruturas para redes de Quinta Geração (5G), a Internet do futuro.
Pequim quer transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os EUA consideram que aqueles planos industriais, impulsionados pelo Estado chinês, violam os compromissos da China em abrir o seu mercado. Washington teme ainda perder o seu domínio industrial para um rival estratégico em ascensão.
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