Europa 'fecha a porta' em bloco ao 737 Max. Boeing perde 22 mil milhões
Nenhum Boeing 737 Max 8 ou Max 9 pode circular no espaço aéreo europeu. A medida foi tomada pelos Estados-membros, em bloco, e vem no seguimento dos dois acidentes com o mesmo aparelho em menos de cinco meses. Em apenas dois dias, a gigante da aviação Boeing já perdeu 22 mil milhões de euros do seu valor.
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A Boeing está a ser fortemente pressionada no seguimento do acidente de domingo - agora, na Europa. A Agência Europeia de Segurança Aeronáutica (EASA) proibiu, na terça-feira, a entrada dos aviões Boeing 737 Max 8 e Max 9 no espaço aéreo dos Estados-membros - incluindo em Portugal. Esta é a resposta à queda do avião na Etiópia, que já 'roubou' 25 mil milhões de dólares (cerca de 22 mil milhões de euros) em valor de mercado à Boeing.
Além da União Europeia (UE), saliente-se, também a China, a Malásia, Singapura, Austrália e muitos outros países e companhias aéreas estão a suspender os voos com este aparelho - à exceção dos EUA, que continuam a depositar confiança no 737 Max da fabricante de aviões norte-americana.
De acordo com a Reuters, esta medida de proteção está a afetar o valor de mercado da Boeing, que é também uma das cotadas com melhor desempenho do índice Dow Jones Industrial Average.
Aviões retidos em Portugal
Apesar de nenhuma companhia aérea portuguesa ter qualquer um dos aparelhos em questão, a restrição também se faz sentir em solo nacional. Na terça-feira havia um Boeing 737 Max 8 retido no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo, depois de o voo com destino a Oslo ter sido cancelado por causa da decisão da EASA.
Já ao final da noite, o número de voos cancelados naquele aeroporto subiu para três. Até porque a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) seguiu os passos ao regulador da aviação europeu e anunciou a interdição do Boeing Max 737 no espaço aéreo português.
EUA 'sozinhos'
No entanto, do outro lado do Atlântico, os EUA mantêm a confiança na fabricante de aviões norte-americana e não proíbem o voo daqueles aparelhos, mas pediram que a Boeing reveja o projeto até abril. A fabricante de aviões já veio defender o seu produto e dizer ter "total confiança na segurança do Max", ainda de acordo com a Reuters.
Apesar das medidas de segurança, as causas do acidente que matou os 157 passageiros a bordo da aeronave da Boeing ainda não são conhecidas. Um dia após a queda do avião, especialistas em segurança disseram ser demasiado cedo para especular sobre o que aconteceu.
"A investigação ainda agora começou e até ao momento não temos nenhum dado que nos permita qualquer conclusão ou que nos encaminhe para qualquer tipo de decisão", pode ler-se numa nota da Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA.
O que é certo para já é que as companhias aéreas que dispõem de um Boeing da família Max veem-se limitadas de voar com esses aparelhos para os 'hubs' na Europa e para outros países que anunciaram também a interdição.
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