Novo Banco: "Governo foi pouco exato, é um processo obscuro"
O co-fundador do Bloco de Esquerda analisou, esta sexta-feira, as intervenções do primeiro-ministro e do ministro das Finanças a propósito da nova injeção de capital no Novo Banco e de tudo o que não é conhecido acerca do processo de resolução do então Banco Espírito Santo.
© Global Imagens
Economia Francisco Louçã
Francisco Louçã considera que é normal a “pressão” exercida pelo primeiro-ministro ao pedir uma nova comissão de inquérito à atuação do Banco de Portugal face ao risco que representava o Banco Espírito Santo antes da sua resolução.
Aliás, o bloquista sublinha a importância de “reconhecer se o Banco de Portugal teve as normas corretas de avaliação de um dos principais bancos portugueses”, pois “são cometidos erros, aprende-se com os erros e deve perceber-se o porquê de acontecerem”.
No entanto, o que é “problemático na resposta do Governo” é o conjunto de pressupostos apresentados.
“Que o Governo diga que a resolução foi mal feita não há dúvida, mas eu acrescentaria que a história está mal contada desde o princípio”, aponta na SIC Notícias, frisando que “não existe” a possibilidade de os “auditores terem feito o seu trabalho e há um ano e dois anos terem registado todos os prejuízos potenciais e registado como imparidades, e que no último ano os créditos que eram bons passaram a ser maus para prejuízos gigantescos”.
“O que muito provavelmente está a acontecer é que ao longo destes anos há uma transferência de valor por via de venda barata de créditos razoavelmente valiosos que podem ser recuperados com o tempo e isso pode ser um negócio de grande dimensão”, algo de que, acrescentou Francisco Louçã, é “preciso proteger-nos”.
E nesta senda, o economista diz que o “Governo não tem, com certeza, razão quando diz que não pagamos”.
“Pagamos de várias maneiras”, garante, explicando que os “outros bancos estão a pagar e um deles é a CGD que, somos todos nós”, tal como também estão a pagar as restantes entidades bancárias.
“O que o Governo fez foi passar de três para 30 anos esse processo. Os bancos vão reabsorver isto ao longo do tempo nos impostos ou noutras formas que vão negociar entretanto e Estado agora perde”, afiançou, rematando que o “Governo foi pouco exato” e que o “processo é obscuro”.
“Gostaria que houvesse uma vigilância detalhada que desse confiança ao público”, assumiu.
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