Brexit: Tarifas aduaneiras de saída podem custar 2% ao PIB britânico
A OCDE antecipa que um 'Brexit' sem acordo pode reduzir o PIB britânico em cerca de 2% nos próximos dois anos, na sequência do aumento das tarifas aduaneiras entre o Reino Unido e a União Europeia.
© Reuters
Economia OCDE
Se o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo, "a análise da OCDE sugere que o aumento das tarifas entre as duas economias, como resultado da entrada em vigor das regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), reduziria o PIB do Reino Unido em cerca de 2% (em relação ao cenário base) nos próximos dois anos", indica a instituição na atualização intercalar das suas previsões económicas ('Interim Economic Outlook')
Depois de uma expansão de 1,4% em 2018, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipa que a economia britânica cresça 0,8% em 2019, menos 0,6 pontos percentuais (p.p.) face à anterior estimativa de novembro, antecipando uma expansão de 0,9% em 2020, menos 0,2 p.p. do que na última previsão.
A OCDE adianta que estas estimativas pressupõem a existência de um 'Brexit' "suave, com um período de transição até ao final de 2020".
A instituição refere que o impacto das trocas comerciais com base nas regras da OMC na União Europeia iria variar consoante os Estados-membros, com maiores efeitos em alguns países pequenos como a Irlanda, a Holanda e a Dinamarca.
"Prevê-se que o crescimento permaneça fraco no Reino Unido, abaixo de 1% em 2019 e 2020. O mercado de trabalho ainda forte continua a suportar o consumo das famílias, mas a incerteza persistente sobre o 'Brexit' e a desaceleração do crescimento na zona do euro estão a penalizar a confiança empresarial, o investimento e as perspetivas para as exportações", sintetiza a OCDE.
O Governo britânico continua a tentar negociar com Bruxelas alterações ao acordo para o 'Brexit' que recebam o apoio do parlamento, depois de o documento ter sido inicialmente chumbado em janeiro.
A primeira-ministra britânica prometeu submeter um acordo reformulado para votação na Câmara dos Comuns até 12 de março, à qual se poderão seguir, se o texto for novamente reprovado, votos para sair da UE sem um acordo ou para adiar o 'Brexit', previsto para 29 de março.
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