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Petrolífera nega ter sido alvo do ataque que matou trabalhador português

A petrolífera Anadarko disse hoje que o ataque em que morreu o trabalhador de um subempreiteiro português, no norte de Moçambique, não tinha como alvo os investimentos em gás natural na região.

Petrolífera nega ter sido alvo do ataque que matou trabalhador português
Notícias ao Minuto

14:52 - 05/03/19 por Lusa

País Anadarko

A empresa norte-americana referiu ainda, em comunicado, que face às garantias do Governo, que já reforçou a segurança, as obras deverão continuar.

"As informações recolhidas até à data indicam que tanto a caravana como o carro pertencente a uma firma subcontratada depararam-se com uma ação que não visava diretamente o pessoal contratado, nem o projeto de liquefação de gás natural, nem a pista de aviação", anunciou a Anadarko.

A firma refere que o Governo de Moçambique "reconhece que a segurança na região requer atenção" e que "está a fornecer recursos de segurança adicionais".

"Dada essa resposta e outras medidas de segurança em andamento, esperamos continuar a avançar com o projeto, rumo à decisão final de investimento, de acordo com nosso cronograma atual", concluiu.

A nota de hoje, que a empresa diz ser a última sobre os acontecimentos de 21 de fevereiro, surge depois de uma análise "mais detalhada" dos ataques que ocorreram na estrada entre Palma e Mocímboa da Praia, a aproximadamente 20 quilómetros da futura fábrica de liquefação de gás, cujas infraestruturas estão em construção.

O primeiro ataque foi feito por cerca de 15 homens a pé, vestidos de preto, que dispararam contra a caravana da petrolífera, intercetada na estrada, causando ferimentos não letais em seis trabalhadores.

No segundo ataque, na mesma estrada, foi assassinado um motorista moçambicano da empresa portuguesa Gabriel Couto, contratada para construir uma pista de aterragem para o projeto.

Estes foram os primeiros ataques que atingiram o consórcio liderado pela Anadarko, dois dias depois de a empresa ter anunciado que conseguiu fechar contratos suficientes de fornecimento de gás para anunciar em breve, formalmente, o investimento na exploração - que deverá começar a produzir gás liquefeito dentro de quatro a cinco anos.

Fonte da empresa tinha dito à Lusa, há um mês, que as obras estavam, já na altura, a decorrer com "segurança reforçada", depois de um ataque ocorrido contra Maganja, um povoado saqueado a poucos quilómetros da zona de construção, em que morreu um residente e várias casas foram incendiadas.

Desde outubro de 2017, já terão morrido entre 100 a 150 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança e, pela primeira vez, um trabalhador na construção do empreendimento.

A onda de violência eclodiu após um ataque armado a postos de polícia da vila de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos.

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