Projeto vai ajudar lisboetas a poupar água e reduzir caudal das torneiras
Freguesias da região de Lisboa vão estar durante 18 meses envolvidas num projeto de poupança de água, que inclui redutores de caudal em torneiras, autoclismos e chuveiros, mas também uma aplicação para calcular a pegada hídrica.
© Reuters
Economia 'ECH2O-AGUA'
O projeto, 'ECH2O-AGUA', foi hoje apresentado em Lisboa pela Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH), segundo a qual vão estar envolvidas escolas, lares e locais de trabalho das freguesias de Alvalade, Olivais e Lumiar, em Lisboa, e o concelho do Barreiro.
Ana Estêvão, gestora do projeto, explicou na sessão de apresentação, na Fundação Gulbenkian, que mais do que testar os dispositivos para uso mais eficiente da água a iniciativa pretende sensibilizar as pessoas para a necessidade de poupar, esperando chegar direta e indiretamente a 6.000 pessoas.
O projeto começa com uma fase de sensibilização, segue-se a instalação dos redutores de caudal, com medição dos gastos de água antes e termina com a análise dos resultados, disse Ana Estêvão.
Manuela Moreira da Silva, também da APRH, lembrou que só 13% da água do planeta é doce, acrescentando que a Europa é o continente com menos água subterrânea, mas é o que está melhor abastecido de água potável.
"Vamos levar às comunidades mecanismos para que percebam quanta água estão a consumir", disse a responsável, dando um exemplo: no Algarve, em 2016, cada pessoa gastou em média 3.223 litros de água por dia. Em 2050, disse, esse valor deve ser menor em 730 litros por dia.
De toda a água consumida pelas famílias a maior parte, 62%, é gasta no duche, seguindo-se, com 11%, a casa de banho. No uso indireto da água (o que se gasta para levar um produto até ao consumidor) 90% está associado à alimentação, especialmente no caso de carnes vermelhas.
Susana Neto, presidente da APRH, explicou à Lusa que o projeto contempla ainda uma aplicação para calcular a pegada hídrica e que pode incluir outras facetas, como a expansão para países lusófonos.
Mas, salientou, o projeto não resolve o problema da falta de água. "A questão da água no mundo resolve-se com políticas públicas muito claras e corajosas", salientou.
A APRH pode, no entanto, salientou, "ajudar" na sensibilização para a necessidade de poupar água, numa altura em que as alterações climáticas levam a crescentes períodos de seca.
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