Sindicalistas em ação de luta exigem atualização salarial no comércio
Um grupo de sindicalistas do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, concentrou-se hoje junto aos Armazéns do Chiado para reivindicar a atualização do salário no comércio a retalho, no distrito de Lisboa.
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Economia Lisboa
"Estamos aqui nos Armazéns do Chiado com o objetivo central de denunciar aos clientes a situação dos trabalhadores do comércio retalhista dos concelhos de Lisboa e Cascais, pois existe um Contrato Coletivo de Trabalho (ACT) que não é negociado desde 2008", disse à agência Lusa a dirigente sindical do CESP, Filipa Costa.
E prosseguiu: "Estamos perante um contrato em que a tabela salarial está desatualizada e a associação patronal, a UACS -- União de Associações do Comércio e Serviços da Região de Lisboa, exige que, para haver uma atualização, os trabalhadores tenham de abdicar de uma hora de trabalho noturno".
O CESP está em desacordo com a associação patronal pois alega que aquilo que o trabalhador vai receber com a atualização, vai perder ao abdicar de uma hora que recebe pelo trabalho noturno.
A sindicalista defendeu que os trabalhadores "não podem aceitar" que, para conseguirem ultrapassar a desatualização de 10 anos da tabela salarial, "tenham de perder um direito" e lembrou que um caixeiro com três a seis anos de trabalho recebe o salário mínimo nacional e que um com mais de seis anos de trabalho "recebe só seis euros a mais".
Para Filipa Costa, está-se perante "uma desvalorização muito grande" do que é a carreira e categoria de um caixeiro.
"O turismo hoje ocorre todo o ano e tem reflexos muito positivos nas empresas, mas esse reflexo não é palpável para os trabalhadores", lamentou a sindicalista.
Insistiu no facto de, nos últimos anos, o turismo ter "crescido em flecha", os resultados das vendas "estarem a crescer", mas os salários "serem comidos" pelo salário mínimo nacional.
O CESP critica o facto de a associação patronal "tentar contradizer" a reivindicação sindical alegando que "são pequenas empresas", mas a sindicalista disse que "são pequenas empresas que estão no concelho e no centro de Lisboa, mas têm poder e devem aumentar os seus trabalhadores".
Em março, o sindicato vai ter uma reunião com a entidade representativa das empresas pois a negociação para a atualização da tabela salarial "está num impasse".
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