"Eu não entraria na REN se fosse o Estado"
O presidente executivo da REN, Rodrigo Costa, afirmou esta terça-feira no Parlamento que o Estado tem vantagem em não ter capital na empresa, considerando que "se fosse o Estado" não voltaria a ter uma participação na gestora das redes energéticas.
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Economia Rodrigo Costa
"Eu não entraria [no capital da REN] se fosse o Estado, porque teria que mobilizar capital, e acredito que [o Estado] terá necessidades de capital para coisas que não funcionam tão bem como a REN", afirmou Rodrigo Costa, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.
Em resposta ao deputado do CDS-PP Hélder Amaral, o presidente da REN realçou que "o Estado até tem a vantagem em estar de fora", porque "manda e define quanto se ganha".
Já antes Rodrigo Costa tinha defendido, da perspetiva da empresa, que não via vantagem de o Estado voltar a ser acionista: "Quando comecei a trabalhar na REN, há quatro anos, [...] julgava que se calhar fazia sentido o Estado ter presença na base acionista da empresa, mas à medida que fui conhecendo percebi que é uma empresa muto especial, cujo trabalho é acompanhado muito de perto pelo Estado. [Hoje] não vejo nenhuma vantagem que o Estado voltasse a ser acionista", afirmou Rodrigo Costa.
O presidente da REN disse que o modelo existente "é bom" e que "a empresa está bem assim", recusando comentar os objetivos dessa eventual operação, cinco anos depois de o Estado ter deixado de ter qualquer participação na empresa.
"Se nem o Governo está disponível para confirmar se quer ou não quer entrar no capital da REN, não tenho nenhuma observação a fazer sobre os alegados objetivos", declarou.
Já questionado pelo deputado do PS Hugo Costa sobre o pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, Rodrigo Costa recusou pronunciar-se sobre "situações que se passaram há duas décadas, outras até há mais tempo".
"É muito difícil para mim estar a tentar hoje classificar contratos que foram feitos há tantos anos. Eu não estava lá. Não sei as incertezas que se viviam no setor. Hoje é fácil olhar para trás e dizer que é muito ou pouco face à realidade de hoje", declarou o presidente da REN.
Rodrigo Costa criticou a "tendência a olhar para os factos à luz de hoje".
Rodrigo Costa chegou à liderança da REN - Redes Energéticas Nacionais em fevereiro de 2015, vindo da Unicre - Instituição Financeira de Crédito, onde tinha acumulado as funções de 'chairman' e de presidente executivo durante quase um ano (de março de 2014 a fevereiro de 2015). Antes disso, o gestor foi durante seis anos presidente executivo da ZON.
Na empresa gestora da rede elétrica e de gás natural, Rodrigo Costa substituiu Rui Vilar.
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