"CGD tem de se renovar" e evitar ser "arma de arremesso político"
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresenta, esta terça-feira, uma nova imagem nas suas agências.
© Global Imagens
Economia Paulo Macedo
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou, esta terça-feira, uma nova imagem que irá alastrar-se a todos os balcões do banco público. O presidente da instituição, Paulo Macedo, destacou o alargado número de clientes que a CGD tem e a necessidade de renovação.
"A Caixa só existe porque tem clientes. A Caixa tem de se renovar e dar melhores condições. A Caixa tem [entre] 3,5 e 4 milhões de clientes, é o banco com mais clientes em Portugal e isso é uma das maiores fortalezas da Caixa", disse Paulo Macedo, na inauguração da nova agência, no Lumiar, em declarações transmitidas pela TVI24.
Questionado sobre o processo da auditoria polémica à CGD e ainda sobre a exoneração do governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, o responsável da Caixa recusou-se a comentar.
Mas, avisou o presidente executivo da CGD, o "arremesso político" que é feito usando o banco público cria danos na instituição e que a resposta da sua equipa é centrar-se em prestar um melhor serviço aos clientes.
"Relativamente à questão dos danos, obviamente que a Caixa enquanto arma de arremesso político sofre sempre e estar meses e meses com notícias que não são positivas, sofre", disse Paulo Macedo aos jornalistas, durante a visita à agência do banco em Lisboa, no Lumiar, renovada nas condições de atendimento aos clientes.
Segundo o gestor, perante as tantas notícias sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), a resposta do banco é "estar mais perto dos clientes" para "minimizar o desfoque do negócio e da atividade".
Além da agência no Lumiar, em Lisboa, hoje também foi apresentada a renovada agência na Avenida da Boavista, no Porto, segundo Macedo.
A CGD tem estado envolta em polémica desde que foi conhecida há três semanas a auditoria à gestão entre 2000 e 2015, que revelou a concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco, com prejuízos significativos para o banco público.
O presidente executivo, Paulo Macedo, tem dito desde então em várias intervenções públicas que este debate político e mediático provoca danos na instituição e que mais quatro meses de nova comissão de inquérito continuarão a desestabilizar.
"Respeitamos a Assembleia da República mas era bom que alguém de vez em quando, designadamente alguém que soubesse de gerir empresas, percebesse o que é estar a trabalhar e falar com clientes como se fosse nada, e isso não existe", disse no início de fevereiro, no parlamento, o gestor e ex-ministro da Saúde do governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho.
[Notícia atualizada às 13h43]
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