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Vítor Constâncio diz que são precisas mais reformas para dar robustez

O ex-vice-presidente do BCE Vítor Constâncio referiu hoje que, apesar de todas as reformas que foram adotadas em 2010, na sequência da crise, é necessário fazer mais para completar e dar maior robustez à união monetária europeia.

Vítor Constâncio diz que são precisas mais reformas para dar robustez
Notícias ao Minuto

10:18 - 08/02/19 por Lusa

Economia Banco Central

"Permanecem riscos económicos e políticos na construção da área do euro e nomeadamente permanecem países com níveis de endividamento elevado que criam inevitáveis vulnerabilidades", precisou Vítor Constâncio, sublinhado que, apesar "das significativas reformas que foram adotadas desde 2010, são ainda necessárias outras reformas para completar, aprofundar e dar maior robustez à união monetária europeia".

Vitor Constâncio deu hoje a aula que marcou a sessão solene de abertura do ano letivo 2018/2019 do ISEG -- Lisbon School of Economics & Management, a que assistiram o Presidente da República e o primeiro-ministro, tendo escolhido como tema "os 20 anos do euro", assunto que acompanhou de perto enquanto governador do Banco de Portugal (BdP) e membro do Conselho de Governadores e como vice-presidente do BCE, cargo que ocupou entre 2010 e 2018.

Para o antigo governador do BdP, economista e Professor do ISEG, as "crises existenciais" de 2011 e o período recessivo, conjugado com o "penoso ajustamento" que foi imposto e adotado pelos países das periféricas, "deixaram marcadas profundas de desconfiança", mas que, ainda assim, o apoio dos europeus ao euro continua robusto.

Neste contexto, citou os resultados do último Eurobarómetro que mostram que a moeda única colhe o apoio de 75% das populações que o usam o euro, tendo este apoio uma expressão acima da média em países como a Eslovénia (86%) ou a Alemanha (81%) e Portugal (77%). Já Itália surge abaixo da média com o nível de apoio dos italianos em 63%.

Ao longo de cerca dos 55 minutos que durou a aula, Vítor Constâncio abordou alguns dos problemas que as economias da zona euro enfrentaram nestes anos, acentuando que, no período que antecede a crise financeira, o que mais subiu foi o rácio do endividamento privado.

"E há literatura suficiente que demonstra que todas as grandes crises bancárias foram precedidas de um aumento excessivo do endividamento privado e não do endividamento público", referiu, acrescentando que "até 2007 é difícil responsabilizar o laxismo orçamental pela origem da crise".

Revisitando estas últimas décadas, Vítor Constâncio reconheceu que a construção da União Económica e Monetária não acautelou a fragilidade do mercado de dívida, abrindo portas à possibilidade de crises futuras de liquidez, de ataques especulativos ou até de ameaças de saídas do euro.

Para enfrentar os riscos será necessário "enfrentar os problemas" da dívida soberana e os mecanismos para tal passam, elencou, pela concretização da união bancária, com a criação do sistema de garantia de depósitos europeu, a criação do título de seguro europeu ou a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, nomeadamente para corrigir o enviesamento pró-cíclico.

Vítor Constâncio é professor catedrático Convidado do ISEG/UTL desde 1989. Atualmente, exerce as funções de Conselheiro Científico não executivo.

No final da sessão, o reitor da Universidade de Lisboa aproveitou a presença do primeiro-ministro para referir os problemas (de falta de oferta e de preços elevados) que os estudantes universitários enfrentam quando têm de estudar fora de casa e também para abordar a questão das propinas.

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