Nas previsões económicas intercalares de inverno da Comissão Europeia, hoje divulgadas, é estimado um crescimento do PIB italiano de 0,2% este ano e 0,8% em 2020, abaixo das estimativas de 1,2% e de 1,3%, respetivamente, divulgadas em novembro passado.
No que toca às previsões para 2018, Bruxelas estima um crescimento de 1% do PIB, valor que compara com 1,1% previsto em novembro passado.
"O enfraquecimento contínuo no setor industrial e o novo declínio no sentimento económico são um mau presságio", observa Bruxelas no relatório hoje publicado.
A Comissão Europeia estima, assim, que "a atividade económica permaneça enfraquecida no primeiro semestre de 2019".
Ao longo do ano, "prevê-se que o crescimento real do PIB anual caia para 0,2%, significativamente menor do que o esperado nas previsões de outono", nota Bruxelas, justificando que isso se deve a "uma desaceleração económica pior do que esperado" conjugada com "a incerteza das políticas internas e as perspetivas de investimento substancialmente menos favoráveis".
É ainda estimada uma "desaceleração mais acentuada" do que previsto na produção industrial italiana.
Já em 2020, "o consumo privado deve sustentar o crescimento do PIB, ajudado por um aumento do rendimento disponível devido à queda dos preços do petróleo", aponta o executivo comunitário, realçando, ainda assim, o efeito nas contas da "deterioração da perspetiva de emprego".
No que toca à inflação, "deve crescer gradualmente ao longo do período em foco, em virtude do crescimento salarial", adianta Bruxelas.
Prevê-se, assim, uma taxa de inflação (baseada no índice de preços ao consumidor) de 1% este ano e de 1,3% em 2020, inferiores às estimadas nas previsões de outono, de 1,5% e 1,4%, respetivamente.
Apresentado em outubro, o orçamento de Itália para 2019 só teve o aval da Comissão Europeia em meados de dezembro, altura na qual foi conseguido um acordo entre ambos.
O 'braço de ferro' entre Bruxelas e Roma só chegou ao fim nessa altura, após o Governo italiano ter cedido e proposto a redução do défice público de 2,4% para 2,04% do PIB em 2019, com o objetivo de evitar um Procedimento por Défice Excessivo.
O orçamento italiano -- proposto pela coligação governamental, que integra a Liga (extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (antissistema) -- foi assim apenas aprovado no final de dezembro passado, já contando com o apoio de Bruxelas.