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Suinicultores defendem aumento de 20% da produção para exportar

Portugal tem de aumentar em "20%" a sua produção de porcos para responder aos mercados de exportação, sobretudo ao da China, e os matadouros devem investir "em túneis de congelação", defendeu hoje um responsável do setor.

Suinicultores defendem aumento de 20% da produção para exportar
Notícias ao Minuto

15:59 - 30/01/19 por Lusa

Economia Federação

"Vamos ter que, nos próximos três anos, aumentar as nossas produções" em "mais 20%, pelo menos, para satisfazer todos estes mercados" de exportação, realçou Nuno Correia, diretor da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS).

Segundo o responsável, que falava aos jornalistas em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, na cerimónia que marcou o início da exportação de carne de porco portuguesa para a China, é importante que agora "o setor seja rápido a organizar-se".

No negócio estabelecido com a República Popular da China, "o que se prevê faturar este ano são 100 milhões de euros", mas "esse número pode aumentar" porque "os chineses estão a pedir-nos para antecipar para este ano as encomendas que estavam previstas para 2020", e que envolviam mais 200 milhões, disse.

Uma antecipação que, frisou, "lança um grande desafio" para o setor, pois "conseguir arranjar esta quantidade de carne de porco para tanta gente não é fácil".

"O setor não tem tempo para esperar e, portanto, nós, as empresas portuguesas, em conjunto, poderemos fazer um bom trabalho", em conjunto, "para criar esta quantidade e dar dinamismo a este negócio", defendeu o responsável.

Nuno Correia lembrou que Portugal não é autossuficiente na carne de porco que consome, produzindo apenas "60% das suas necessidades" e estando "dependente em 40% de importações", das quais "96%" oriundas de Espanha, o que "é perigoso".

"Um país não pode estar dependente em 40% de importações, para já porque a riqueza fica em Espanha", argumentou, defendendo que "é importante" para Portugal "aumentar a sua capacidade produtiva e apostar no setor primário".

Estes mercados de exportação "obrigam-nos a acelerar a nossa produção, temos de produzir mais", destacou, apontando a zona sul do país, sobretudo o Alentejo, como a área nacional em que a produção suinícola "pode crescer muito".

A cerimónia de hoje, de expedição dos primeiros 10 contentores com 270 toneladas de carne de porco para a China, para a província de Hunan, foi realizada nas instalações do matadouro da Maporal, da AGP Meat e do qual Nuno Correia é administrador.

Este matadouro, um dos três nacionais já certificados para exportar carne de porco para a China -- até setembro deverão estar outros três -- recebe, "até final do ano", investimento de "nove milhões de euros", apoiados por fundos comunitários, com a criação de cerca de 150 postos de trabalho, disse à agência Lusa Nuno Correia.

"Este matadouro está a fazer e vai continuar a fazer investimentos. O mais forte que fez ultimamente foi na capacidade de congelação", referiu, defendendo que os matadouros portugueses "precisam de investir em capacidade de congelação e em túneis de congelação", para terem capacidade para "congelar toda a carne que processam".

Porque, frisou o diretor federativo, "a carne para exportação, essencialmente, é vendida congelada, não fresca, portanto, o grande desafio para as indústrias portuguesas vai ser esse, o de investirem nos processos de congelação da carne de porco portuguesa".

Já o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, congratulou-se com a perspetiva de criação progressiva de mais "150 postos de trabalho" no concelho e revelou que a visita da delegação da província chinesa de Hunan já se traduziu em "negócios na área do vinho".

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