"A providência cautelar requerida pela Brisa é uma tentativa de intimidar e frustrar os novos acionistas, de criar uma situação de litígio e de se furtar às obrigações contratuais que negociou livremente", indicam os fundos que tomaram controlo da Autoestradas do Douro Litoral (AEDL), em comunicado hoje divulgado.
A Brisa interpôs segunda-feira uma providência cautelar para travar a tomada de controlo da Autoestradas do Douro Litoral pelos credores.
"Ao assumirem a titularidade das ações da AEDL, os financiadores exerceram os seus direitos em total conformidade com os termos negociados pela Brisa há 11 anos, quando a Brisa obteve um empréstimo superior a mil milhões de euros para desenvolver a concessão", indicam os novos acionistas da AEDL, que são fundos de investimento de longo prazo e bancos.
Os novos acionistas garantem que "a operação ininterrupta e a segurança das vias continuarão inalteradas e sem qualquer interrupção", e asseguram também que "não interromperam as negociações repentinamente nem procederam à apropriação sem aviso prévio".
Em comunicado, os novos acionistas recordam que são credores da dívida da AEDL há vários anos, tendo estado em negociações com a Brisa "durante parte substancial desse período".
"A Brisa impôs centenas de milhões de euros de prejuízos ao setor financeiro, incluindo a vários bancos que tiveram que ser sujeitos a intervenção governamental", acusam os novos acionistas.
Indicam também que a "AEDL está em incumprimento das suas obrigações decorrentes do empréstimo há 5 anos, mas a Brisa tem continuado a ser integralmente paga durante esse período, em montantes avaliados em mais de 40 milhões de euros, ao abrigo do seu contrato de operação e manutenção".
A Autoestradas do Douro Litoral opera e mantém as portagens A41, A43 e A32 (extensão total de 73 quilómetros).