BCE tem contingências identificadas para qualquer cenário do Brexit
Mario Draghi preferiu hoje não especular sobre os desfechos possíveis do debate político em curso no Reino Unido sobre o Brexit, limitando-se a garantir que o Banco Central Europeu identificou as contingências e as ações necessárias para qualquer cenário.
© REUTERS
Economia Mario Draghi
Questionado pelo eurodeputado português Pedro Silva Pereira (PS) sobre se partilha da posição do Banco de Inglaterra de que um Brexit sem acordo poderá implicar piores impactos na economia do Reino Unido do que os provocados pela crise financeira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE) lembrou que a instituição nunca quis interferir "num debate por si só já complexo".
"Deixem-me recordar que BCE não faz parte da negociação. Simplesmente monitorizamos, cooperamos com o Banco de Inglaterra, tentando estar preparados, no âmbito dos mercados financeiros, para qualquer cenário. Fizemos um trabalho substancial com eles, tivemos um grupo de trabalho a trabalhar durante vários meses. Para além disso, penso que não devemos discutir sobre os prós e contras dos diferentes desfechos do debate político em curso no Reino Unido", argumentou.
No último "diálogo monetário" do seu mandato com os deputados da comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Mario Draghi referiu que a maior responsabilidade da instituição a que preside é assegurar que as contingências para qualquer cenário estão identificadas, assim como as ações necessárias em caso de saída ordenada ou desordenada do Reino Unido da União Europeia.
Para o presidente do BCE, que salientou a importância dos planos apresentados em dezembro pela Comissão Europeia, a maioria das contingências não necessitam de ações do setor público, podendo ser mitigadas pelo setor privado.
"Há certas áreas em que é importante saber o que fazer antecipadamente", concluiu.
O parlamento britânico vota na terça-feira um plano do Governo para tentar avançar com o processo do Brexit, na sequência do chumbo, há duas semanas, do Acordo de Saída negociado com Bruxelas, por 432 votos contra, incluindo de deputados do partido Conservador, no Governo, e 202 a favor.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, rejeitou a extensão ou revogação do artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que determina a saída no dia 29 de março, e também não concorda com a realização de um novo referendo para sair do impasse.
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