Para que os aviões estejam no ar, a Groundforce faz toda a assistência em terra, excetuando o fornecimento de comida e de combustível, como resume o presidente executivo da empresa, Paulo Neto Leite, numa visita guiada aos 'bastidores' do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Nos armazéns de gestão de carga, na zona do aeroporto mais junto à Alta de Lisboa, com o som de pintos vivos ao fundo e caixas com mangas à vista, o responsável enumera alguns dos "números mais expressivos": o acompanhamento de 250 menores que viajam sozinhos, a assistência a 55 mil passageiros, a gestão de 400 toneladas de carga e a assistência de cerca 150 aviões a cada dia.

Afinal esta é a empresa que tem a "primeira pessoa que o turista vê quando chega a Portugal e a última" que o viajante vê em terra e quando esse local é a esgotada infraestrutura de Lisboa a conversa passa a incluir a palavra 'constrangimentos'.

"O aeroporto de Lisboa retira-nos um pouco a margem de manobra para quando há atrasos e quando há falhas porque estamos a levar a infraestrutura ao limite. Não adianta estarmos a reclamar da infraestrutura, esta é a condição", garante o responsável, que para trabalhar com as condições atuais aumentou os meios e os equipamentos da sua empresa.

Em 2018, o investimento foi de 6,6 milhões de euros e para este ano a perspetiva é de investir 2,850 milhões de euros.

Depois de terem ingressado no quadro 370 pessoas em 2018, a antevisão atual é que para a empresa, em Lisboa e no Porto, entrem "mais 260 pessoas numa primeira fase, mas pode haver um reforço em função dos movimentos no verão". No final deste ano, o número de colaboradores deverá, assim, chegar a 3.600.

Com a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa mais perto de se concretizar, com trabalhos na atual infraestrutura e a esperada transformação da base da Força Aérea do Montijo em aeroporto civil, Paulo Neto Leite nota a sua "grande preocupação": "investimentos ao nível do conforto de quem cá trabalha".

Apesar de os voos, por regra, não se fazerem entre as 00:00 e as 06:00, os balcões de 'check-in' abrem pelas 03:00 e a essa hora "não há transportes", nem locais para estacionar para os funcionários do aeroporto, nota o responsável, referindo que esse tipo de intervenção pode ser feito de imediato.

A visita de hoje revelou ainda que a empresa gasta entre 30 a 90 minutos, conforme o tamanho do avião, a garantir, entre desembarques de pessoas e bagagens e limpezas, que o aparelho estará novamente pronto a voar.

Outro número a acrescentar ao perfil da empresa são as 37 companhias que delegaram na Groundforce o serviço aos passageiros no aeroporto de Lisboa, que passa, por exemplo, por garantir alojamento, nem que seja em Fátima.

Também se regista que a sala de controlo operacional da empresa, que aloca 75% dos recursos -- os restantes estão posições fixas -- funciona 24 horas -- e que duas em cada mil bagagens podem "ter irregularidades", ou seja, não chegam quando esperado.

Há ainda números sobe tapetes de bagagem, mas resta informar que os cinco minutos da operação dizem respeito ao máximo de tempo que passa para a descida do primeiro passageiro depois da aterragem de um avião em Lisboa.

E que nesses minutos há alguém ligado ao 'handling' que encosta calços, distribui cones para limitar zonas de circulação, faz uma vistoria visual ao aparelho e encosta uma escada para garantir a saída dos passageiros.