"Para ter sucesso é preciso mobilizar recursos para atividades mais importantes do ponto de vista da transformação", nomeadamente no sentido da digitalização, defendeu hoje Augusto Mateus na Conferência Investimento, inovação e digitalização: o caso português, em Lisboa.
No que respeita a internacionalização, o economista frisou que, muitas vezes, a inovação e digitalização são resultados da internacionalização, e não o contrário, e defendeu a necessidade de haver experimentação.
"A inovação é também um fator que faz sentido do ponto de vista da aceleração económica. Precisamos de novos instrumentos, de alguma experimentação, sempre na lógica que temos de ligar oferta e procura, mercado interno com internacionalização", afirmou, acrescentando que também que é preciso cruzar desenvolvimento económico com sustentabilidade do planeta.
Para o economista e professor do ISEG, Portugal tem de "tomar mais risco, arriscar recursos próprios e aumentar o crescimento", até porque, argumentou, "o que faz crescimento económico é o investimento, não é a procura", acrescentando que a procura é um bom sinal, mas por si só não produz crescimento.
"Numa economia como a portuguesa precisamos de lucidez e coragem", disse Augusto Mateus, acrescentando que "o caminho da inovação traz mais soluções do que problemas", sendo uma "ilusão a ideia de que se resistimos à mudança possamos ter algum sucesso".