São Tomé e Príncipe entre países da África Central com mais desemprego
São Tomé e Príncipe está entre os países da África Central com as mais altas médias de desemprego de 2000 a 2015, segundo dados da União Africana (UA) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
© Lusa
Economia OCDE
Na primeira edição do estudo "Dinâmicas de Desenvolvimento de África - Crescimento, Emprego e Desigualdades 2018", produzido por aquelas duas organizações, São Tomé e Príncipe apresenta uma média de desemprego de 15%, entre o conjunto de nove países, no período de 2000 a 2015, superado apenas pelo Gabão (quase 20%) e República do Congo (pouco mais de 16%).
Camarões, República Centro-Africana, Chade e Guiné Equatorial registaram valores abaixo de 7%, enquanto a República Democrática do Congo e o Burundi situaram-se num patamar de até 5%.
No entanto, os números de desemprego na África Central, com 144,6 milhões de pessoas, 53% com idades entre 15 e 64 anos, "não são responsáveis pelo subemprego", lê-se no documento, significando que se torna difícil avaliar "a extensão do desemprego na economia".
Outro aspeto realçado no relatório da UA e OCDE é a necessidade de "dados completos", para que se possa "avaliar e melhorar a eficácia da política pública".
"Os dados do desemprego parecem insuficientes para captar a realidade do mercado de trabalho e o seu desenvolvimento ao longo do tempo", conclui-se no estudo, que apontou para um crescimento de 5,6% em média na África Central entre 2000 e 2016.
Na distribuição dos empregados por setores, São Tomé e Príncipe teve o indicador mais alto em média nos serviços - essencialmente o turismo - de entre os nove países da África Central, território que representa um quarto do continente.
De 2000 a 2015, o emprego em São Tomé e Príncipe nos serviços atingiu 60% dos empregados, enquanto na agricultura foi de 23% e na indústria apenas 18%.
O Gabão apresentou os registos de 42% de empregados nos serviços, 40% na agricultura e 20% na indústria e Guiné Equatorial 58%, 37% e 8%, respetivamente
O estudo refere que, "desde o início dos anos 90, o setor dos serviços contribui com cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o valor da agricultura desceu de 21% do PIB em 1990 para 11% em 2015, perdendo para o setor industrial "em expansão, com uma crescente contribuição para o PIB.
"Apenas o setor dos serviços conseguiu criar empregos, sem ser capaz de compensar as perdas de emprego noutros setores", realça o estudo da UA e OCDE.
O documento aborda as relações entre crescimento, emprego e desigualdades em África e as implicações nos quadros estratégicos e foi elaborado por investigadores académicos, economistas, analistas de valores e outros especialistas do continente.
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