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"Trabalhadores estão em greve não por opção, mas porque foram obrigados"

Em dia de greve dos super e hipermercados, a CGTP deixa avisos a entidades patronais e ao Governo.

"Trabalhadores estão em greve não por opção, mas porque foram obrigados"
Notícias ao Minuto

11:45 - 24/12/18 por Sara Gouveia

Economia Arménio Carlos

O líder da CGTP, Arménio Carlos, fez uma avaliação positiva da greve nos hiper e supermercados que decorre esta segunda-feira, véspera de Natal. Segundo Arménio Carlos, "acima de tudo o que importa colocar é que estes trabalhadores estão em greve não por opção, mas porque foram obrigados".

"Estamos a falar de empresas que ganham milhões e que querem pagar ainda muito menos. Portanto creio que deste ponto de vista, na véspera de Natal, é importante que os portugueses saibam que as grandes superfícies onde fazem as suas compras continuam a tratar com muita falta de consideração os seus trabalhadores, a não os respeitar, a intimidá-los, a pressioná-los, mas acima de tudo a pagar-lhes miseravelmente", referiu o sindicalista.

Para Arménio Carlos, "empresas com esta dimensão, que têm tantos lucros, no mínimo justificava-se que pagassem melhor aos seus trabalhadores".

Recorde-se que o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) lançou um pré-aviso de greve para os trabalhadores dos super, hipermercados, armazéns e logísticas das empresas de distribuição e lojas especializadas para esta segunda-feira. Como razão para a paralisação é apresentada a ausência de acordo nas negociações com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). Ora, enquanto o sindicato espera uma "adesão com expressão significativa" à paralisação, a associação do setor, a APED, manifestou-se "tranquila" e garantiu que as lojas e hipermercados estão a funcionar "com normalidade".

Questionado sobre a tranquilidade que a APED quis fazer transparecer, Arménio Carlos respondeu que o que a "APED devia estar era a justificar por que razão é que apresenta uma proposta de aumento salarial diário que não chega a 0,11 cêntimos por dia, quando ao mesmo tempo as empresas estão a ter lucros fabulosos". "Isso é que deviam justificar, para os portugueses perceberem como eles são tão obcecados pelo lucro", atirou.

Já sobre a dificuldade das negociações indicou o líder da CGTP que "infelizmente continua a existir na legislação laboral uma norma que se denomina de caducidade e que dá a possibilidade às entidades patronais de pressionar os trabalhadores para aceitarem ou as normais inferiores à lei geral que estabelece os mínimos, e isso é inadmissível para um sindicato que defenda trabalhadores, ou em alternativa para continuar a bloquear a contratação coletiva, para não aumentar salários e para conseguir por esta via extinguir o próprio contrato coletivo de trabalho".

Os trabalhadores exigem aumentos salariais sem perda de direitos, reclamam o fim da tabela B, a mais baixa, e rejeitam a redução do valor pago pelo trabalho extraordinário e os bancos de horas.

O sindicalista deixou ainda um aviso ao Executivo de António Costa. "É por isso mesmo que dizemos ao Governo do Partido Socialista que apresentou uma proposta de lei na Assembleia da República e que vai nesse sentido que das duas uma: ou se afirma como um Governo que respeita e valoriza os trabalhadores ou continua a fazer a política laboral da direita e então tem de ser encostado à direita e responsabilizado por isso. Por parte dos trabalhadores não vamos desistir, vamos continuar esta luta", garantiu.

"Como dizia o Vinícius de Morais há muitos anos: "Do céu só cai a chuva e o resto é luta" e portanto se nos obrigam vamos continuar a lutar", rematou.

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