Paulo Portas diz que empresas devem estar "atentas à África francófona"
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, defendeu hoje que as empresas devem estar atentas à África francófona, onde surgiram alguns dos casos mais interessantes de crescimento económico dos últimos anos e algumas "verdadeiras surpresas".
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Economia Declarações
"Ao longo da minha vida política e profissional tenho procurado chamar a atenção, sobretudo das empresas, para estarem atentas à África francófona", destacou o antigo vice-primeiro-ministro e atual consultor da Vinciamo Consulting.
Paulo Portas, que falava numa conferência dedicada ao tema 'África Francófona: uma região por explorar', organizada pela sociedade de advogados Vieira de Almeida, considerou que "os casos mais interessantes de emergência económica em África nos últimos anos são da África Ocidental e da África francófona ou parcialmente francófona".
Entre estes, encontram-se alguns "que representaram verdadeiras surpresas, até pela não detenção de recursos naturais extraordinariamente valiosos o que implica fazer o dobro do esforço", salientou Paulo Portas, frisando que existem em África "bons modelos para interessar os empresários".
O acordo para a Zona de Livre Comércio, que poderá fazer aumentar as trocas comerciais em 50%, sendo o "combustível de um maior crescimento" económico, foi apontado como um bom exemplo pelo antigo chefe da Diplomacia portuguesa.
Defendendo a "enorme proximidade, não apenas geográfica entre Europa e África", bem como "a utilidade e necessidade mútuas", Portas salientou, no entanto, que, se os europeus querem desempenhar um papel naquele continente, "têm de olhar para África com olhos que compreendam os africanos" e sem "qualquer espécie de condescendência".
Por isso, "são dispensáveis leituras excessivamente europeias sobre o mundo".
Portas disse ainda que existe uma "responsabilidade africana de fazer o progresso que a Ásia fez", para poder ser um dos grandes fatores de crescimento do século XXI: "O que é possível e desejável", disse.
Abordou igualmente as questões demográficas, considerando "inexplicável" que a Europa se recuse a debater este tema: "expliquem-me como é que sem crianças e sem imigrantes é possível sustentar as políticas sociais", questionou, lembrando que a "Europa envelhece a uma velocidade preocupante".
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