Lesados do BES de sucursais exteriores continuam sem solução
A Associação de Defesa de Clientes Bancários (ABESD) lembrou hoje que os lesados das sucursais exteriores do Banco Espírito Santo (BES) continuam de fora do mecanismo de resolução anunciado pelo Governo.
© Global Imagens
Economia ABESD
"Os lesados das sucursais exteriores do BES, onde se inclui a Venezuela, continuam de fora do mecanismo 'célere e ágil' anunciado pelo Governo, pois não estão incluídos na 'solução dos lesados do Banif'", disse, em comunicado, a associação.
A posição da ABESD é conhecida um dia depois de o Governo ter anunciado que propôs a criação de "um mecanismo célere e ágil" que permita a redução de "perdas sofridas pelos lesados não qualificados do Banif", o qual "foi aceite" pela comissão liquidatária e pela Associação de Lesados do Banif (ALBOA).
De acordo com a associação, o mecanismo em causa não abrange os cerca de 150 emigrantes da Venezuela e clientes das sucursais financeiras exteriores do BES.
"Apesar da disponibilidade do Governo para encontrar uma solução para os emigrantes e clientes das sucursais financeiras do BES, estamos há quase um ano a aguardar a criação de um grupo de trabalho para analisar a nossa situação", disse, no mesmo documento, o presidente da direção da ABESD, Afonso Mendes.
A associação reclama "uma solução para todos os lesados bancários e que todos [...] os que foram vítimas de venda fraudulenta de produtos bancários tenham a possibilidade de participar" no mecanismo de resolução.
"Essa mesma venda desajustada do perfil dos clientes já foi admitida pela CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] em documentação que já foi partilhada com todas as entidades envolvidas neste processo -- Governo, Banco de Portugal, deputados, etc. Contudo, o Governo ainda não inclui este grupo de lesados bancários em qualquer solução", concluiu.
A ABESD é uma associação sem fins lucrativos, constituída em 2014 após o colapso do grupo BES/GES, tendo como associados clientes não qualificados das sucursais externas financeiras do grupo BES.
O BES, tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, deixando milhares de pessoas lesadas devido a investimentos feitos no banco ou em empresas do Grupo Espírito Santo (GES).
O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num 'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o 'banco mau' ('bad bank'), sem licença bancária.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com