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Angola quer que OPEP encontre um "preço justo" para o petróleo

Angola defendeu hoje que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), cujos membros se reúnem hoje em Viena, deve encontrar "soluções" para estabelecer um "preço justo" do barril de crude.

Angola quer que OPEP encontre um "preço justo" para o petróleo
Notícias ao Minuto

13:20 - 06/12/18 por Lusa

Economia Reunião

Em declarações à imprensa antes de deixar Luanda para a capital austríaca, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos angolano, Diamantino de Azevedo, indicou esperar que, na reunião, se encontrem soluções para o preço do barril de petróleo que satisfaça os produtores e os consumidores.

"Temos a expectativa de que se encontrem soluções que correspondam aos anseios dos membros da OPEP e também dos membros não pertencentes à OPEP, mas que trabalham em conjunto com a organização. Queremos encontrar soluções para que seja definido um preço justo para os produtores e que também satisfaça os utilizadores deste produto", disse.

Diamantino Azevedo salientou que a fixação dos preços do petróleo nos mercados internacionais tem "uma característica volátil", embora passe também, atualmente, "por questões geopolíticas".

"Isso não é nada de novo. A organização está preparada e tem experiência suficiente para lidar com essa situação", sublinhou o governante angolano.

Na reunião de Viena vai discutir-se a estratégia da organização para 2019 e o volume de produção face à queda, nas últimas semanas, do preço do crude nos mercados internacionais que, depois de atingir os 80 dólares/barril, tem vindo a descer.

Hoje, o barril de petróleo Brent, para entrega em fevereiro, abriu no mercado de futuros de Londres cotado a 60,89 dólares, uma variação negativa de 1,29% em relação ao fecho de quarta-feira, quando o preço do petróleo que serve de referência para Angola fechou a 61,56 dólares.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu à OPEP para não fazer subir os preços do petróleo.

Há seis meses, a OPEP aprovou aumentos da produção para evitar que os preços do crude subissem acima dos 100 dólares. Em Viena, porém, a discussão agora é à volta de estratégias de redução da produção.

A definição de um "preço justo" do barril de petróleo nos mercados internacionais tem gerado grande expectativa e apreensão em Angola, sobretudo depois de o Governo ter apresentado uma proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019 com base nos 68 dólares, que será votada a 14 deste mês no Parlamento.

Isso mesmo foi manifestado a 27 de novembro pela presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional angolana, Ruth Mendes, fazendo depender uma eventual alteração do OGE para 2019 dos resultados saídos da reunião da OPEP.

"É de todos nós [preocupação], até mesmo do executivo. Na aprovação na generalidade do OGE, o ministro das Finanças também referiu essa questão. Na audição que tivemos com a secretária de Estado, ela também referiu que o executivo está preocupado com o facto de o preço do barril do petróleo estar a baixar", sublinhou.

Por seu lado, o secretário de Estado para os Petróleos angolano, Jerónimo Paulino, questionado pela Lusa, indicou que o Governo está a tomar um conjunto de medidas para a diversificação económica, para que o petróleo "possa, no futuro, empatar menos o normal funcionamento da economia".

O Presidente de Angola, João Lourenço, durante a visita de Estado que efetuou de 22 a 24 de novembro a Portugal, admitiu que, se a tendência de queda do preço do crude se mantiver, o "plano B" de Luanda passa por acelerar o processo de privatizações.

"Temos um calendário de privatizações que (...) pode vir a ser influenciado caso o preço do barril de petróleo siga esta tendência baixista. Se seguir essa tendência baixista, com certeza que o calendário deverá ser ajustado com mais facilidade", explicou, admitindo que o processo venha a ser mais rápido.

O grupo da petrolífera estatal angolana Sonangol lidera este processo de privatizações, com a administração a pretender privatizar 52 empresas e dois conjuntos de ativos de atividades não nucleares do grupo.

De acordo com dados do relatório de fundamentação da proposta de OGE para 2019, o Governo estima a exportação de cada barril de crude a um preço médio a 68 dólares, face aos 50 dólares inscritos nas contas de 2018.

Na previsão do Governo, a produção média diária de petróleo bruto em 2019, em Angola, será de 1,57 milhões de barris - em linha com a média dos últimos dois anos -, acrescida de 100.000 barris diários de LNG (gás natural).

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