Bruxelas destaca redução de crédito malparado em Portugal
A Comissão Europeia enalteceu hoje o reforço "considerável" da estabilidade financeira na União Europeia, destacando a redução do crédito malparado, nomeadamente em Portugal, e apelou ao desenvolvimento mais rápido da União dos Mercados de Capitais (UMC).
© Twitter/European Commission
Economia União Europeia
Na apresentação de terceiro relatório intercalar sobre os progressos realizados na redução dos riscos, essencial para a conclusão da União Bancária, o vice-presidente Valdis Dombrovskis, responsável pela Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e UMC incluiu Portugal num lote de seis países onde a diminuição do crédito malparado foi de 3% ou mais.
"O relatório demonstra que a estabilidade financeira foi consideravelmente reforçada nos últimos anos e a redução dos riscos no setor bancário da UE prossegue a um ritmo sustentado. Particularmente, em apenas um ano, o crédito malparado diminuiu 1,2% a nível comunitário, fixando-se agora nos 3,4%. Na Croácia, Chipre, Hungria, Irlanda, Portugal e Eslovénia constatámos reduções de 3% ou mais", sustentou.
Valdis Dombrovskis elogiou "as boas notícias" e lembrou que "uma percentagem mais baixa de crédito malparado significa que os bancos estão mais estáveis e rentáveis".
Bruxelas considera que, embora seja necessário continuar a envidar esforços para dar resposta aos problemas herdados da crise financeira que continuam a pesar sobre o setor, os resultados são muito "encorajadores".
O relatório hoje publicado será o ponto de partida para os debates da Cimeira do Euro, no próximo mês de dezembro, sobre o reforço do Mecanismo Europeu de Estabilidade e a conclusão da União Bancária, nomeadamente no que diz respeito à criação de um mecanismo de apoio comum para o Fundo Único de Resolução e às próximas etapas de criação de um Sistema Europeu de Seguro de Depósitos.
A Comissão congratulou-se igualmente com os progressos realizados nos trílogos sobre o pacote de medidas de redução dos riscos no setor bancário, apresentado em novembro de 2016, e exortou o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu a aprovarem rapidamente este pacote, bem como o pacote global de medidas legislativas de combate aos créditos malparados, apresentado em março de 2018.
Em outra comunicação paralela, o executivo comunitário realçou que é "essencial" concluir a UMC para tornar as economias dos Estados-Membros e a União Económica e Monetária mais resilientes, preservar a estabilidade financeira, reforçar o papel internacional do euro e diversificar as fontes de financiamento, em particular para as pequenas e médias empresas.
Para Bruxelas, a UMC oferecerá maior possibilidade de escolha aos consumidores, que poderão aceder a produtos de investimento mais baratos e de melhor qualidade, e permitirá que os prestadores de serviços financeiros se desenvolvam e proponham os seus serviços noutros Estados-Membros.
Assim, a Comissão apelou a um novo compromisso político e a um maior empenho para concluir as fundações da UMC antes das eleições europeias do próximo mês de maio.
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