"Estamos aqui porque já estamos há mais de um mês à espera que a secretária de Estado da Administração Pública, [Maria de Fátima Fonseca], marque uma reunião para apresentar a proposta de salários e a contraproposta à Proposta Reivindicativa Comum (PRC)", disse Ana Avoila numa declaração feita aos jornalistas à entrada para o Ministério das Finanças, em Lisboa.
Para a sindicalista, esta situação "é inadmissível". E prosseguiu: "Trata-se, em primeiro lugar, de um desrespeito pelos trabalhadores, pelos sindicatos e pela Constituição da República Portuguesa, que obriga a que o Governo faça a negociação com os sindicatos em nome dos trabalhadores que representa, o que não está a ser feito".
A Frente Comum, afeta à CGTP, apresentou uma proposta de aumentos de salários de 60 euros para os trabalhadores que ganham até aos 1.500 euros e de 4% de aumento para os outros trabalhadores.
"Pensamos que é uma proposta equilibrada e que o Governo tem condições para começar a negociá-la", avançou a dirigente sindical.
Ana Avoila lembrou que há dez anos que os trabalhadores "não têm aumentos de salários" e que, em relação ao descongelamento das posições remuneratórias, "uma parte do dinheiro foi retirada aos trabalhadores".
Nesse sentido, a líder sindical argumenta que "todo o dinheiro que [o Executivo] diz que gastou e, que consta por aí publicamente, não corresponde à verdade, pois o Governo foi sempre tirando cada vez que aplica uma posição remuneratória".
"Não podemos continuar nesta situação. Tivemos uma greve a 26 de outubro e o Governo por certo fez leituras pois foi uma grande mobilização", disse a sindicalista, lembrando que os trabalhadores "não vão ficar parados".
"Os trabalhadores estão informados e não vamos passar mais um ano sem aumentos de salários", advertiu.