O conselho de administração da Nissan esteve reunido esta quinta-feira para decidir o futuro de Carlos Ghosn, depois de este ter sido detido por suspeitas de fraude fiscal. O grupo japonês aprovou por unanimidade a demissão de Carlos Ghosn do cargo de presidente, após a sua detenção por alegada má gestão financeira, indica um comunicado.
A decisão põe fim a um período de cerca de 20 anos de Ghosn como um dos grandes dirigentes industriais.
O presidente do grupo Nissan e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, Carlos Ghosn, foi detido no início desta semana, em Tóquio, por alegada evasão fiscal.
O Conselho de Administração da Nissan reafirmou também o seu compromisso na aliança que une a empresa à Renault e confirmou que a parceria com o grupo automóvel francês "permanece intacta".
"Depois de ter passado em revista um relatório interno detalhado, o conselho votou por unanimidade o afastamento de Carlos Ghosn da presidência", indicou a Nissan num comunicado divulgado após quatro horas de reunião da administração, em Yokohama, nos arredores de Tóquio.
O Conselho de Administração da Nissan não apontou qualquer nome para a presidência interina, mas os trabalhos da reunião de hoje foram dirigidos por Hiroto Saikawa, que tem sido considerado o provável escolhido.
A fabricante automóvel confirmou, no início desta semana, com base em denúncias, uma "investigação interna nos últimos meses sobre conduta imprópria envolvendo o presidente Carlos Ghosn" e Greg Kelly, outro alto dirigente.
A Nissan deu informações ao Ministério Público do Japão e "cooperou plenamente com a investigação", o que continuará a fazer, acrescentou a empresa, que pediu desculpas aos acionistas.
Além de presidente do grupo Nissan Motor, Goshn é também o homem forte das duas empresas que compõem a aliança com a Nissan, a Renault e a Mitsubishi Motors, e é considerado o homem de negócios estrangeiro mais influente no Japão.
Ghosn chegou à Nissan em 1999 como presidente executivo para liderar a recuperação do fabricante, com sede em Yokohama, depois de ter oficializado uma aliança com a francesa Renault.