A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) considera que os indicadores de qualidade dos CTT devem "garantir medições anónimas e fiáveis, para que os consumidores conheçam o real desempenho dos CTT e sejam ressarcidos se os objetivos de qualidade fixados não forem atingidos". Isto acontece numa altura em que aumentam as reclamações sobre a operadora à DECO.
"Encomendas que demoram meses a aparecer, contas que chegam no dia a seguir ao final do prazo para pagamento, cartas ou encomendas danificadas e atrasos na entrega de cartas urgentes são algumas queixas que chegam à nossa plataforma Reclamar", refere a associação.
Por isso, defende a DECO que a medição dos indicadores de qualidade do serviço postal universal deve ser realizada por "uma entidade externa, independente dos CTT", o que começou a ser feito em 2016. Porém, a auditoria "demonstrou que não está garantida a independência do sistema de medição implementado".
Recorde-se que a Anacom aumentou o número de indicadores que o CTT têm de cumprir para 2019 e 2020. "A fixação de indicadores de qualidade e de objetivos de desempenho exigentes e, em simultâneo, de penalizações dissuasoras por incumprimento, são instrumentos essenciais para combater a degradação que se verifica. Mas de nada valerá se o sistema de medição não for fiável", pode ler-se.