"Todo o parque desta região tão importante e que cada vez se torna mais atrativa para a fixação de empresas fica resolvido do ponto de vista dos serviços de saneamento, evitando descargas diretas no estuário do Tejo. Estamos em vésperas de a ver concretizada e estou seguro que ainda este ano essa ligação vai ser formalizada", avançou à agência Lusa Carlos Martins, durante a visita ao parque empresarial do Barreiro, no distrito de Setúbal.

Segundo o governante, a intervenção teve um investimento de "1,1 milhões de euros da Baía do Tejo" e trará mais qualidade ambiental, investimento e emprego à região.

"São investimentos muito significativos que vão trazer qualidade ambiental a estes territórios, que vai fazer com que empresas criem emprego, e estão em avaliação algumas delas para virem aqui sediar investimentos significativos", avançou.

Carlos Martins referiu também que as empresas trarão "emprego mais qualificado", por estarem ligadas a um setor tecnológico.

"Nos tempos passados, esta região foi marcada por um complexo industrial que gerava muito emprego, ainda que de outro tipo e de outra natureza, mas criavam estes problemas ambientais que agora estamos a resolver", explicou.

Segundo a Baía do Tejo, esta intervenção liga o serviço de infraestruturas de saneamento, construídas ao longo de cem anos de laboração do parque industrial, onde se localizava a antiga CUF, à Estação de Tratamento de Águas Residuais do Barreiro e Moita

Constituída por uma estação elevatória e três descarregadores de tempestade com válvulas de maré, para evitar o refluxo, e perto de um quilómetro de tubagens de compressão, prevê-se que este conjunto de infraestruturas entre em serviço após a aprovação de ligação ao concedente Simarsul.

De acordo com o presidente da Baía do Tejo, Jacinto Pereira, esta obra já estava sinalizada "como fundamental" para o Barreiro há muitos anos.

"É a concretização da ligação à estação de tratamento e vem resolver um problema ambiental que neste momento fica resolvido e que vai permitir ligar as mais de 200 empresas e uma parte do território municipal à estação de tratamento da Simarsul", afirmou.

À semelhança das declarações do secretário de Estado, o presidente da Baía do Tejo indicou que existem "muitas propostas em cima da mesa relevantes para a criação de postos de trabalho e volumes de investimento interessantes".

A Baía do Tejo, do universo Parpública (empresas detidas pelo Estado), tem a seu cargo a gestão dos Parques Empresariais localizados no Barreiro, Seixal e Estarreja, bem como o desenvolvimento do projeto Arco Ribeirinho Sul, que prevê a requalificação de antigas áreas industriais da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Margueira, em Almada.

Carlos Martins visitou também o parque empresarial do Seixal onde está em curso a remoção de milhares de toneladas de resíduos, numa operação de 8,7 milhões de euros que, segundo a Baía do Tejo, deverá estar concluída em 2019.

Até ao momento já foram removidos cerca de 6.000 toneladas de lamas de aciaria, o que, para o que para o vice-presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Tavares, é um "passo muito importante para o concelho, que ficará desta forma ambientalmente mais saudável e liberto de materiais provenientes da atividade industrial".