Nos termos das convocatórias hoje divulgadas na página eletrónica da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a ordem de trabalhos das duas reuniões -- agendadas para as 09:30 e 09:45, em Porto Salvo, Oeiras -- tem como ponto único "pronunciarem-se relativamente aos possíveis prejuízos para os Senhores Obrigacionistas decorrentes da fusão por incorporação, mediante transferência global do património, da Sadamora -- Investimentos Imobiliários, SA e Enerparcela -- Empreendimentos Imobiliários, SA, no Banco Comercial Português, SA, nos termos e para os efeitos do artigo 1010.º - C do Código das Sociedades Comerciais".
O projeto de fusão por incorporação daquelas sociedades no BCP, também disponibilizado no 'site' do regulador do mercado, justifica a operação com "razões de natureza regulamentar e estratégica, relacionadas com a gestão deste tipo de sociedades detidas direta ou indiretamente pelo BCP na sequência de processos de dação em cumprimento".
A Enerparcela é detida, diretamente e na totalidade, desde junho de 2010 pelo Multiusos Oriente -- Fundo de Investimento Imobiliário Fechado, que, em setembro de 2013, em resultado de uma aquisição em reembolso de crédito próprio, o BCP passou a deter na totalidade.
Já a Sadamora é detida desde abril de 2012, de forma direta e na totalidade, pelo Grand Urban Investment Fund - Fundo Especial de Investimento Fechado, que, em outubro de 2013, também em resultado de uma aquisição em reembolso de crédito próprio, o BCP passou a deter na totalidade.
Sendo os fundos Multiusos Oriente e Grande Urban geridos e administrados pela Interfundos -- Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário, de cujo capital e direito de voto o BCP detém 100%, o banco sustenta que a sua incorporação "permitirá ganhos de eficiência através da racionalização de processos de governo societário e das estruturas operativas, de 'back office', e outras funções de suporte das respetivas áreas de atividade, bem assim como alcançar benefícios comerciais decorrentes de uma abordagem integrada do mercado".
Adicionalmente, o BCP sustenta que a fusão "permitirá potenciar os resultados por redução de custos da estrutura comum".
De forma a "acelerar e simplificar" a projetada fusão por incorporação das duas sociedades imobiliárias, a 02 de outubro de 2018 foi já outorgado um contrato de compra e venda pelo qual o BCP adquiriu a totalidade das ações representativas do capital social da Sadamora e da Enerparcela, que assim deixaram de ser indiretamente controladas pelo banco para passarem a ser por este detidas a 100%.