"É irracional dependermos em 75% da importação da energia que consumimos"
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, defendeu hoje, em Coimbra, uma mudança no consumo de energia que permita acabar com a importação de 75% da energia que Portugal consome.
© Global Imagens
Economia Matos Fernandes
"É uma irracionalidade completa um país depender em 75% da importação da energia que consome", disse o governante, numa cerimónia no município de Coimbra, onde falou numa transição energética "que envolva todos".
Para João Matos Fernandes, "não faz qualquer sentido isto acontecer desta forma, tendo Portugal o potencial que tem na produção de energia a partir de fontes renováveis".
No caso da eletricidade, que é apenas uma parcela da globalidade da energia, "Portugal já deu provas de, em alguns meses, quase ter quase capacidade para produzir toda a energia que consome, e essa tem de ser mesmo a aposta que se tem de fazer", frisou.
A transição energética, acrescentou, "quer dizer maior eficiência, gastar-se muito menos energia, eletrificar-se mais a sociedade e a economia, sobretudo o setor dos transportes, e produzir mais energia a partir das fontes renováveis".
"Até do ponto de vista do custo energético, a longo prazo é certamente muito vantajoso. Por um lado, porque contribui positivamente para o défice comercial e, por outro, porque as fontes renováveis de energia não estão sujeitas a flutuações de preço do mercado mundial", sublinhou João Matos Fernandes.
O governante disse ainda que era "um erro confundir energias renováveis com rendas excessivas".
"Esse é o discurso que protege aqueles que ainda querem, e já são muito poucos, prover a produção de energia a partir de origens fósseis", disse.
Segundo o ministro, em 2017, "o valor de subsidiação da produção de energia a partir do carvão e do petróleo em Portugal atingiu os 415 milhões de euros e, por isso, há de facto algumas fontes que estão a ser subsidiadas desde há 300 anos, no caso do carvão, e 120 anos no caso do petróleo".
O ministro do Ambiente e da Transição Energética falava aos jornalistas à margem da sessão de consignação da empreitada de estabilização e requalificação da margem direita do rio Mondego, que representa um investimento superior a sete milhões de euros.
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