Presidente da CAP compara Estado a "monstro voraz de dinheiro"
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse hoje que o Estado é um "monstro voraz de dinheiro" e que as alterações ao regime contributivo para independentes representam mais encargos e abrangem todos os agricultores.
© Global Imagens
Economia Oliveira e Sousa
O novo regime contributivo dos trabalhadores independentes para a segurança social entra em vigor em janeiro e, para esclarecer agricultores, técnicos e dirigentes associativos, a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e a CAP promoveram um encontro hoje, em Vila Real.
"As regras vão doer se não forem cumpridas e compreendidas", afirmou o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa.
O dirigente salientou que a legislação que entra em vigor no próximo ano "vai abranger todos os agricultores, mesmo aqueles que estavam isentos na situação anterior".
Realçou ainda a necessidade de esclarecer e informar os agricultores porque "tudo o que diz respeito à fiscalidade e à segurança social acarreta custos que podem, se não forem devidamente cumpridos, transformar-se em sérios problemas com a autoridade tributária ou com a segurança social".
"O Estado hoje não é uma pessoa com quem se fala. O Estado é um número de contribuinte que dialoga com outro número de contribuinte. Tudo se passa por informática, por computadores e quando as regras não são cumpridas dá origem a coimas, a castigos de diversa ordem que podem ser extraordinariamente penalizadores para os agricultores", referiu.
Eduardo Oliveira e Sousa disse que há ainda, a pouco mais de dois meses da entrada em vigor das novas regras, "muitos agricultores que não sabem o que vai mudar, principalmente os que estavam habituados à isenção".
"Ou a informação ainda não lhes chegou ou se chegou não lhes deram a devida importância", frisou.
Questionado sobre se as alterações significam mais encargos para os agricultores, o presidente da CAP disse que, "infelizmente, nos últimos tempos, sempre que o Governo muda qualquer coisa em termos de orçamento ou de regras de contabilidade é sempre para potenciar agravamento nas despesas das pessoas".
O Estado é, na sua opinião, "é um mostro voraz de dinheiro".
Paula Franco, bastonária da OCC, destacou a importância da informação chegar a todos os contribuintes e referiu que o novo regime introduz alterações significativas.
"Há muitos agricultores que são trabalhadores independentes e isto é uma alteração que tem a ver com os trabalhadores independentes. A taxa muda, o enquadramento muda, a forma de declarar e de obrigações declarativas também traz novas obrigações e, por isso, é muito importante que estejam a par", frisou.
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