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Tomás Correia diz que nenhum salário paga o que tem sofrido

O presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, admite ganhar "muito bem", mas vinca que não há dinheiro "que pague tudo o que tem sofrido" nos últimos anos à frente da instituição.

Tomás Correia diz que nenhum salário paga o que tem sofrido
Notícias ao Minuto

06:35 - 23/10/18 por Lusa

Economia Montepio

"Para mim, em termos anuais, depois de pagar os meus impostos, dará um rendimento na ordem dos 11 mil euros, que é quanto eu ganho líquido por mês, vezes 14 meses", disse Tomás Correia, em entrevista à agência Lusa.

E reconheceu: "Obviamente que eu não me queixo do salário e considero que ganho muito bem".

Contudo, "muita gente se devia questionar, [tendo em conta] aquilo que tenho enfrentado ao longo dos últimos anos, se há algum dinheiro, ou se um dinheiro desta dimensão, que pague tudo o que tenho sofrido", vincou o responsável, aludindo às polémicas em que tem estado envolvido, nomeadamente por ser arguido em processos.

"Sobretudo o que foi preciso de determinação, de sacrifício físico, para poder defender esta instituição e hoje podermos dizer que passámos uma das maiores hecatombes do sistema financeiro em Portugal do último século", adiantou Tomás Correia.

No final de setembro, o jornal Público noticiou que, em 2017, os encargos anuais do grupo Montepio com os administradores executivos da Associação Mutualista (cinco) e da Caixa Económica Montepio Geral (sete) foram de quase oito milhões de euros, valores que envolviam as remunerações, mas também verbas destinadas a pensões futuras.

O Público precisava que, no ano passado, Tomás Correia ganhou cerca de 30 mil euros por mês.

Na entrevista à agência Lusa, a propósito do fim de mandato dos órgãos sociais, dadas as eleições marcadas para 07 de dezembro, Tomás Correia afirmou não ter outras regalias além do salário.

"Não há cartões de pagamento e utilizo o carro nos meus trabalhos de serviço, levo-o e trago para casa", indicou.

O líder da Associação Mutualista Montepio deu também conta de que, quando assumiu a presidência da instituição há 10 anos, eliminou "todo e qualquer pagamento além dos 14 meses" de salários.

Ainda assim, manteve os valores de salário base dos administradores: "O salário base no Montepio é exatamente aquele que existia para o presidente e para os administradores quando eu lá cheguei. Tenho exatamente o mesmo salário base que tinha o Dr. Costa Leal e que depois teve o Dr. Silva Lopes".

Além do salário, havia "outros pagamentos" como "uma verba de 11% sobre o salário normal, que era feita em abril, e depois um prémio na linha daquilo que também era concedido a todos os trabalhadores do Montepio", o que permitia aos administradores receber "entre 17 a 18 meses de salário por ano", indicou Tomás Correia.

Assegurando que nada disso existe hoje, o responsável notou que a eliminação de tais pagamentos foi "uma antecipação" aos problemas da banca.

"Quando toda a gente não ligou a isso, nós eliminámos tudo aquilo que eram benefícios", adiantou Tomás Correia, falando numa "perda líquida brutal" para os executivos.

A Associação Mutualista Montepio Geral, com mais de 600 mil associados, é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.

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