Wall Street encerra em baixa devido a juros, Arábia Saudita e Itália
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores, já perturbados com as taxas de juro, a cederem ao nervosismo com as inquietações sobre as relações entre os EUA e a Arábia Saudita e o orçamento italiano.
© Reuters
Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 1,27%, para os 25.379,45 pontos.
O tecnológico Nasdaq apresentou a queda mais forte, de 2,06%, para as 7.485,14 unidades.
O largado S&P500 também apresentou um forte recuo, ao desvalorizar 1,44%, para os 2.768,78 pontos.
"Os investidores neste momento têm de ponderar muitos fatores", sublinhou Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.
O último acontecimento em data foi a anulação pelo secretário do Tesouro norte-americano da sua participação num fórum económico em Riade, Arábia Saudita, em plena polémica sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Esta decisão de Steven Mnuchin "reflete a ideia de que o Governo norte-americano está a ser pressionado para tomar uma posição mais dura a respeito da Arábia Saudita", uma atitude que "pode desencadear medidas de represálias", sublinhou Karl Haeling, de LBBW.
Ora, "se a situação se tornar agreste, a Arábia Saudita pode vender os títulos do Tesouro norte-americano que possui, as empresas norte-americanas podem perder oportunidades, Riade pode decidir anular os contratos feitos com a Boeing, por exemplo", detalhou.
Os intervenientes no mercado foram também abalados por comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, sobre a importância do respeito das regras orçamentais em vigor.
Mesmo que não tenha mencionado diretamente a Itália, Draghi "reavivou as inquietações com a trajetória do orçamento" apresentado por Roma, considerou Cahill.
A Comissão Europeia denunciou, em carta dirigida ao Governo de Roma, a derrapagem orçamental "inédita na história do pacto de estabilidade e crescimento" e reclamou "clarificações".
Os investidores continuam, entretanto, a ajustar-se à política monetária do banco central norte-americano (Fed, Reserva Federal), que reafirmou recentemente a sua intenção de continuar a aumentar as taxas de juro.
Os investidores em Wall Street, que têm beneficiado das baixas taxas da Fed nos últimos anos, lamentam ver esta subida.
Em particular, receiam ver a subida das taxas de juro dissuadir os particulares e as empresas de recorrerem ao crédito para comprarem casas ou bens de consumo ou de investirem em equipamentos, travando assim o crescimento económico.
Alguns observadores pensavam que a chegada da época dos resultados iria relegar para segundo plano os receios ligados à política monetária ou ás relações dos EUA com os seus principais parceiros comerciais.
Porém, "mesmo os bons resultados da Netflix [divulgados na terça-feira à noite] não bastaram para fazer subir o título de forma durável", destacou Cahill.
"O facto de os investidores terem deixado de reagir positivamente às boas notícias mostram bem que estão na defensiva", acrescentou.
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