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Tecnologia e automação levam empresas a deslocalizar menos atividades

As empresas em Portugal com mais de uma centena de colaboradores estão a deslocalizar menos atividades no país e para o estrangeiro, segundo o Instituto Nacional de Estatística, que atribui esta tendência aos progressos tecnológicos e à automação.

Tecnologia e automação levam empresas a deslocalizar menos atividades
Notícias ao Minuto

12:37 - 16/10/18 por Lusa

Economia INE

"Observa-se uma tendência decrescente na deslocalização de funções de negócio para outras empresas, quer estejam localizadas no mercado nacional ou internacional", conclui o inquérito europeu ao 'Sourcing' e às Cadeias de Valor Globais, realizado por um conjunto de 13 países entre 2017 e 2018.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2015-2017, 9,6% das empresas (com 100 ou mais pessoas ao serviço) realizaram 'sourcing' internacional, menos 5,7 pontos percentuais face ao período 2009-2011 e interrompendo um período de crescimento deste fenómeno (15,3% em 2009-2011, mais 3,1 pontos percentuais face a 2001-2006).

Apesar deste decréscimo, nota, "assistiu-se ao crescimento da proporção de empresas que deslocalizaram funções de negócio para os países da UE15 (União Europeia a 15) -- aumento superior a 25 pontos percentuais entre 2001 e 2017 - em detrimento de outras áreas geográficas".

De acordo com o instituto de estatística, "os constantes avanços da tecnologia e inteligência artificial, ao nível da automação e robotização dos processos de produção das empresas, podem estar entre os motivos que explicam esta tendência".

Entre as empresas com mais de uma centena de trabalhadores, o INE aponta as funções de suporte ao negócio como as mais deslocalizadas pelas empresas, em detrimento das funções de 'core business' (ligadas ao negócio central).

Assim, no período de 2015-2017, 89,4% das empresas com 'sourcing' internacional deslocalizaram funções de suporte ao negócio, mais 21,7 pontos percentuais que no período 2001-2006 e mais 29,9 pontos percentuais face às empresas que deslocalizaram funções de 'core business'.

E, se entre 2001 e 2011 a tendência foi para o crescimento do 'sourcing' internacional nas empresas da construção, comércio e serviços, em detrimento dos setores da indústria, onde se verificou uma redução, entre 2015 e 2017 o decréscimo do número de empresas a deslocalizarem funções para o mercado internacional "foi notório e transversal a todo o setor empresarial, embora com maior expressão nas empresas do setor da indústria (-8,6 pontos percentuais face a 2009-2011)".

De acordo com o INE, no período 2015-2017, verificou-se ainda um crescimento da dimensão média das empresas com 'sourcing' internacional, com 112,4 pessoas por empresa em 2017, 54,5 pontos percentuais acima do registado nas empresas sem atividades deslocalizadas.

Também a remuneração média mensal das empresas que realizaram 'sourcing' internacional aumentou, 2,8%, de 2016 para 2017, tendo sido sempre superior à das empresas sem 'sourcing' internacional ao longo de todo o período 2015-2017.

No que se refere às empresas de menor dimensão, com 50 ou mais colaboradores ao serviço (não abrangidas na edição anterior do inquérito), o recurso ao 'sourcing' internacional aconteceu em 6,6% dos casos, tendo estas unidades "deslocalizado funções principalmente para outras empresas em países da UE15 (79,9%)", sendo que "mais de 80%" das empresas que o fizeram "faziam parte de um grupo económico".

Destas empresas (com 50 ou mais trabalhadores) que realizaram 'sourcing' internacional, 7,2% eram cabeças de grupo e 73,3% filiais de um grupo, tendo quase 34% das empresas filiais a cabeça de grupo global localizada num país da UE, 26,3% em Portugal e 13,3% num país fora da UE.

Já as empresas independentes que deslocalizaram pelo menos uma das suas funções de negócio para o mercado internacional, entre 2015 e 2017, representaram cerca de 20% do total.

Das empresas com meia centena ou mais de colaboradores que realizaram 'sourcing' internacional, 82,4% referiram ter deslocalizado pelo menos uma das funções de suporte ao negócio e 64,2% pelo menos uma das funções de 'core business'.

Segundo nota o INE, as funções de suporte com maior propensão para a deslocalização foram as tecnologias de informação e comunicação (TIC), deslocalizadas por 43,3% das empresas, e as funções administrativas e de gestão, por 38,7%.

"Em praticamente todas as funções, os parceiros de negócio preferenciais para a realização de 'sourcing' internacional foram as empresas pertencentes ao mesmo grupo económico", acrescenta.

Os países da UE15 foram "o principal destino escolhido" pelas empresas para a deslocalização de funções de 'core business' (73,3% das empresas) e de funções de suporte ao negócio (84,1% das empresas)".

As principais características diferenciadoras das empresas que realizaram 'sourcing' internacional face às que não o fizeram prenderam-se com a sua maior dimensão média (112,40 pessoas por empresa, face a 57,94 pessoas nas empresas sem 'sourcing') e a sua maior capacidade de investimento (33,1% face a 19,1%).

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