"É uma oportunidade para se criar um centro de congressos e a Feira Internacional de Lisboa (FIL) vai ser aumentada em termos de capacidade, o que nos vai permitir ter eventos de maior dimensão e fora da época alta", disse Raul Martins à Lusa, à margem da apresentação do 30.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorrerá no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, em 15 a 16 de novembro.

Apesar de a época baixa em Lisboa e no Porto "já não ser tão acentuada", Raul Martins deixou um alerta: "Não podemos adormecer e não trazer novos eventos".

O responsável explicou que as infraestruturas atuais "vão ser aumentadas e melhoradas", pelo que vão ser criadas as condições para Lisboa estar "no topo da concorrência dos congressos".

"Lisboa ainda não está na primeira divisão dos congressos. Estamos na segunda divisão porque não temos instalações, nomeadamente, para fazer esses congressos. Mas vamos passar a estar [na primeira divisão]", sublinhou, saudando a permanência para Lisboa, por mais dez anos, até novembro de 2028, da Web Summit.

Raul Martins enviou também um 'recado' político, sugerindo que "o próximo governo deverá ter um ministro do Turismo".

"Temos direito de sermos mais ouvidos e a ter mais peso", justificou, acrescentando que "a economia portuguesa não é sustentável sem o Turismo".

Sobre os recursos humanos na área da hotelaria, afirmou que o ordenado médio em Portugal está acima dos 2.000 euros no conjunto dos hotéis de 3, 4 e 5 estrelas e que "vale a pena vir para o Turismo", mas alertou para "a forma pouco ética" que existe no setor em termos da concorrência que se está a fazer sentir na busca de colaboradores.

Reportando-se ao 30.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, Raul Martins realçou que se trata de "um congresso de luxo", que terá como tema chapéu "Turismo: Que futuro Queremos?" e contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

A cimeira tecnológica e de inovação Web Summit vai ficar em Portugal por mais uma década, sendo que está prevista uma cláusula de rescisão de 3,4 mil milhões de euros, indicou na quarta-feira a organização no seu 'site'.

O acordo prevê uma contrapartida anual de 11 milhões de euros (110 milhões no total), mas está contemplada também uma "cláusula de rescisão", isto é, "se a Web Summit sair há uma indemnização prevista para compensar o esforço que Portugal está a fazer".

O Governo estimou que a atividade económica gerada por este evento atingiu mais de 300 milhões de euros, a par dos 30 milhões encaixados em receitas fiscais.

A FIL será também expandida para permitir o crescimento da cimeira, que este ano decorre entre os dias 05 e 08 de novembro.