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Crescimento mundial penalizado por tensão comercial, diz Lagarde

O crescimento mundial está a abrandar com o impacto da tensão comercial entre Estados Unidos e China, afirmou hoje a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Crescimento mundial penalizado por tensão comercial, diz Lagarde
Notícias ao Minuto

18:06 - 01/10/18 por Lusa

Economia FMI

As declarações sugerem que a instituição pode rever em baixa as suas previsões para a economia, na próxima semana.

Christine Lagarde notou que o crescimento mundial está atualmente no nível mais alto desde 2011.

Segundo a dirigente do FMI, alguns riscos "começaram a materializar-se", como a imposição de taxas alfandegárias e a pressão sobre os mercados financeiros dos países emergentes.

Em julho, o FMI tinha apontado uma previsão de crescimento mundial de 3,9% para este ano e para o próximo.

Mas, "as perspetivas tornaram-se menos favoráveis, como vão ver nas nossas previsões atualizadas (que serão publicadas) na próxima semana", adiantou Lagarde.

O "principal problema" é a materialização das ameaças de medidas protecionistas, considerou a diretora-geral do FMI.

Nas últimas semanas, a administração norte-americana impôs tarifas no valor de 250 mil milhões de dólares (cerca de 216 mil milhões de euros) a importações provenientes da China, acusando Pequim de práticas consideradas "desleais".

Pequim respondeu com taxas alfandegárias para 110 mil milhões de dólares (cerca de 95 mil milhões de euros) de produtos importados dos Estados Unidos.

"Isso afeta não apenas o comércio, como os investimentos e a indústria, na medida em que a incerteza é maior", afirmou Christine Lagarde no discurso, preparado antes de ter sido anunciado um novo acordo comercial entre Estados Unidos, Canadá e México.

Christine Lagarde referiu que, nesta altura, a guerra comercial ainda não parece ter efeitos nos Estados Unidos, onde a economia continua com um crescimento "forte", impulsionado por estímulos fiscais e financeiros.

Lagarde sublinhou, no entanto, que na Ásia, onde o crescimento tem sido superior ao de outras regiões, "há sinais de moderação" da expansão chinesa, que "vão ser exacerbados pelo conflito comercial".

No resto do mundo, entre as economias avançadas, o crescimento da zona euro está a desacelerar e "em certa medida, o do Japão".

"Os países devem trabalhar juntos para construir um sistema de comércio mundial mais sólido e mais justo", defendeu a dirigente do FMI.

"Devemos reparar o sistema e não destrui-lo", acrescentou, numa altura em que o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaça denunciar acordos comerciais e retirar os Estados Unidos da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O FMI também manifestou preocupação com o endividamento cada vez maior da economia mundial.

"Após uma década de condições financeiras relativamente fáceis, os níveis de endividamento atingiram novos recordes nos países mais avançados, nos emergentes e nos países pobres", insistiu.

A dívida global, pública e privada, representa 182 biliões de dólares contra 164 biliões de dólares estimados em abril.

O endividamento mundial "é quase 60% mais elevado do que em 2007", antes da recessão mundial, apontou Lagarde.

Essa situação, que resulta do relançamento da economia após a crise, quando os governos tiveram de resgatar alguns bancos em dificuldades e os bancos centrais alimentaram os mercados com taxas de juro muito baixas, faz com que os governos e as empresas estejam agora mais vulneráveis em relação ao endurecimento das condições financeiras.

"As economias emergentes e em vias de desenvolvimento já sentem os efeitos", indicou Lagarde.

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