Wall Street fecha sem rumo perante guerra comercial
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje sem orientação, com os investidores divididos entre uma intensificação das tensões comerciais, rumores sobre o governo de Donald Trump e uma recuperação dos valores tecnológicos.
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Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,68%, para os 26.562,05 pontos, depois de na sexta-feira ter estabelecido um novo recorde no fecho.
Em baixa fechou também o alargado S&P500, que recuou 0,35%, para as 2.919,37 unidades.
A exceção a este panorama foi protagonizada pelo tecnológico Nasdaq, que valorizou 0,08%, para os 7.993,25 pontos.
Os ânimos dos investidores foram arrefecidos hoje pelo agravamento da guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China, com a entrada em vigor de taxas alfandegárias incidentes sobre um total de 260 mil milhões de dólares (221 mil milhões de euros) de bens chineses e norte-americanos.
Fonte de pessimismo sobre a continuação das discussões, a visita de uma delegação de negociadores chineses no final da semana a Washington foi anulada, segundo o Wall Street Journal.
A começarem a sessão em baixa, os índices agravaram as perdas com a divulgação de informações contraditórias sobre o destino de Rod Rosenstein, o número 2 do Ministério da Justiça dos EUA.
Rosenstein ocupa uma posição central, uma vez que supervisiona o inquérito do procurador especial Robert Mueller a um eventual conluio entre a campanha eleitoral de Trump e os dirigentes de Moscovo durante as eleições presidenciais de 2016.
A Casa Branca acabou por anunciar que Rosenstein e Trump vão reunir-se em Washington, na quinta-feira. Mas a perspetiva da demissão do dirigente do Ministério da Justiça "causou alguma preocupação aos investidores", declarou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.
Se ele for demitido, isto "faria lembrar o 'massacre de Sábado à Noite', quando o presidente Richard Nixon demitiu todo o Departamento da Justiça em pleno escândalo Watergate. E aí, ir-se-ia sentir a crise institucional", realçou.
Vários grandes nomes da tecnologia, um setor abalado na semana passada, por seu lado, registaram uma sessão de recuperação clara, casos da Netflix, que ganhou 2,33%, ou da Facebook, que progrediu 1,52%.
Os investidores também estão na expectativa de uma reunião, que vai decorrer na terça e na quarta-feira, do comité de política monetária da Reserva Federal.
Os analistas esperam, na sua maioria, que seja anunciada uma nova subida das taxas de juro de referência, que devem atingir o intervalo entre 2,0% e 2,25% pela primeira vez no passado recente, ao fim de dez anos de política monetária acomodatícia (taxas baixas para estimular o crescimento económico).
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