FMI diz que Portugal precisa de "esforço concertado" do malparado
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que, ainda que a evolução seja positiva, é preciso um "esforço concertado" na redução do crédito malparado em Portugal.
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Economia Previsão
Num comunicado a dar conta da conclusão do artigo IV aplicado a Portugal, ou seja, do resultado de uma visita de avaliação, os diretores do FMI elogiaram o progresso na redução do 'stock' de NPL (sigla em inglês para 'non-performing loans' ou crédito malparado), mas avisaram para a necessidade de "fortalecer o setor bancário, incluindo um esforço concertado" para o reduzir.
"Para evitar novas vulnerabilidades, os diretores [do fundo] encorajaram as autoridades a continuarem focadas na preservação de 'standards' de crédito, na monitorização dos mercados hipotecários e em aplicar medidas de caráter prudencial onde for necessário", aconselhou a organização.
Os responsáveis do FMI elogiaram "a melhoria da resiliência do setor bancário, com capitais mais elevados e uma maior rentabilidade".
Numa avaliação mais geral, o FMI refere que "o crescimento do crédito continua a atrasar a recuperação da atividade económica, numa altura em que os bancos estão a reparar os seus balanços. No entanto, rácios de capital em trajetória ascendente, menos 'non performing loans' e imparidades significam que a resiliência dos bancos melhorou significativamente em 2017. Mais melhorias são esperadas em 2018. No entanto, não se espera um crescimento assinalável na concessão de crédito", adiantou o fundo.
Num relatório do 'staff' do FMI, o fundo recomenda, para evitar a acumulação do crédito em incumprimento, que "os supervisores continuem a pressionar os bancos para que reforcem a sua gestão de risco e de 'corporate governance'".
Entre o final de 2016 e o mesmo período de 2017, os NPL desceram em 9,4 mil milhões de euros, atingindo os 13,3% do total de crédito, face aos 17,2% anteriores, segundo a organização.
Ainda assim, o FMI considera que o nível deste incumprimento continua a ser "uma preocupação", atingindo um total de 37 mil milhões de euros.
A maioria deste malparado corresponde a empréstimos a PME (Pequenas e Médias Empresas), garante o fundo e está concentrado em três bancos.
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