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China adia atribuição de licenças a empresas face a disputas com os EUA

A China está a adiar a atribuição de licenças para empresas norte-americanas que querem operar no setor financeiro e outras indústrias do país, num período de crescentes disputas comerciais com Washington, revelou um grupo empresarial.

China adia atribuição de licenças a empresas face a disputas com os EUA
Notícias ao Minuto

08:27 - 12/09/18 por Lusa

Economia Comércio

Trata-se de um primeiro sinal de que as operações e acesso ao mercado chinês por empresas dos Estados Unidos serão afetados pela guerra comercial entre Pequim e Washington.

A China tem retaliado a imposição de taxas alfandegárias pelos EUA ao punir o mesmo montante de bens importados daquele país. No entanto, devido ao superavit comercial chinês, aquela estratégia estará esgotada.

A China vende três dólares em bens aos EUA por cada um que compra.

O atraso na atribuição de licenças inclui setores que Pequim prometeu abrir a firmas estrangeiras, segundo Jacob Parker, vice-presidente do Conselho Comercial EUA-China, que reúne cerca de 200 empresas norte-americanas com negócios na China, citado pela Associated Press.

Em encontros realizados nas últimas semanas, funcionários do Governo chinês afirmaram que a atribuição de licenças está suspensa até que "a trajetória das relações entre EUA e China melhore e estabilize", segundo Parker.

As autoridades chinesas prometeram melhorar o acesso de empresas estrangeiras aos setores bancário, seguros, bolsa e gestão de ativos.

"Parece existir pressão política doméstica para acabar com a perceção de que empresas norte-americanas estão a receber benefícios durante as disputas", afirmou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, está a preparar uma nova ronda de taxas alfandegárias, de 25%, sobre um total de 200 mil milhões de dólares (172 mil milhões de euros) de importações oriundas do país asiático.

Este valor soma-se a uma primeira ronda, que incidiu sobre 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) de importações chinesas, e que Pequim retaliou com taxas sobre o mesmo montante de bens importados dos EUA.

Um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, afirmou esta semana que a China "definitivamente adotará contramedidas".

Economistas advertiram já que Pequim deve agora ter como meta setores como logística ou serviços de engenharia, em que os EUA detêm um excedente nas trocas com o país.

Pequim encorajou, no passado, o boicote a produtos japoneses ou sul-coreanos, durante disputas com os governos daqueles países. As autoridades chinesas costumam ainda recorrer à suspensão de licenças, impostos ou investigações anti monopólio.

No centro das disputas com Washington está a política da China para o setor tecnológico, nomeadamente o plano "Made in China 2025", que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos de Pequim em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege de competição externa.

Segundo Parker, os funcionários chineses têm demonstrado vontade para importar mais dos EUA, visando reduzir o déficit comercial, mas rejeitam em absoluto negociar a reforma industrial ou a sua política para o setor tecnológico.

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